TEOLOGIA SISTEMÁTICA
UNIDADE I: A DOUTRINA DE DEUS E DOS ANJOS
Professor, Especialista Nilton Carvalho.
INTRODUÇÃO:
O QUE É A TEOLOGIA SISTEMÁTICA? VEJAMOS A CONCEITUAÇÃO:
Conforme Reymond (1998), a palavra “teologia” vem da conjugação de duas palavras gregas TÉOS (Τεοσ) e LÓGOS (Λογοσ), dois termos gregos que significam “Deus” e “palavra/verbo”, que neste sentido aplica-se a “estudo de”, “discurso de”. Aonde se pode dizer que teologia é todo discurso acerca de Deus, assim, por exemplo, foi denominado por Aristóteles em seu livro “Filosofia Primeira”, que hoje conhecemos com o nome de metafísica. Teologia hoje é o discurso racional acerca de Deus a partir dos dados advindos de um livro revelado: Bíblia, Alcorão, etc. Portanto, a palavra “teologia”, significa “estudo de Deus”. A palavra “sistemática” se refere a algo que colocamos em um sistema. Teologia Sistemática é, então, a divisão da Teologia em sistemas que explicam suas várias áreas. Por exemplo, muitos livros da Bíblia dão informações sobre os anjos. Nenhum livro sozinho dá todas as informações sobre os anjos. A Teologia Sistemática coleta todas as informações sobre os anjos de todos os livros da Bíblia e as organiza em um sistema que chamamos de: Angelologia. Isto é a Teologia Sistemática: a organização de ensinamentos da Bíblia em sistemas de categorias.
Teologia Própria é o estudo de Deus o Pai. Cristologia é o estudo de Deus o Filho, o Senhor Jesus Cristo. Pneumatologia é o estudo de Deus o Espírito Santo. Bibliologia é o estudo da Bíblia. Soteriologia é o estudo da salvação. Eclesiologia é o estudo da igreja. Escatologia é o estudo do fim dos tempos. Angelologia é o estudo dos anjos. Demonologia Cristã é o estudo dos demônios sob uma perspectiva cristã. Antropologia Cristã é o estudo da humanidade numa perspectiva cristã. Hamartiologia é o estudo do pecado.
Teologia Bíblica é estudar certo livro (ou livros) da Bíblia e enfatizar os diferentes aspectos da Teologia que ele focaliza. Por exemplo, o Evangelho de João é muito Cristológico, pois focaliza muito na divindade de Cristo (João 1:1, 14; 8:58; 10:30; 20:28).
A Teologia Histórica é o estudo das doutrinas e como elas se desenvolveram através dos séculos na igreja cristã. A Teologia Dogmática é um estudo das doutrinas de certos grupos cristãos que possuem doutrinas sistematizadas, por exemplo, a Teologia Calvinista[1] e a Teologia Dispensacional[2]. A Teologia Contemporânea é o estudo das doutrinas que se desenvolveram ou têm estado em foco recentemente. A Teologia Sistemática é uma importante ferramenta em nos ajudar a compreender e ensinar a Bíblia de uma forma organizada. Codificar e sistematizar as informações bíblicas são funções da Teologia Sistemática.
Em suma, a Teologia Sistemática é o estudo metodológico da Bíblia que analisa a Escritura Sagrada como uma completa revelação, em distinção das disciplinas de Teologia do Antigo Testamento, Teologia do Novo Testamento e Teologia Bíblica, as quais se aproximam das Escrituras como uma revelação progressiva. Deste modo, o teólogo sistemático analisa as Escrituras como uma revelação completa, buscando entender holisticamente[3] o plano, o propósito e a intenção didática da mente divina revelada na Sagrada Escritura. Organizando assim, o plano, o propósito e a intenção didática divina de modo ordenado, numa apresentação coerente como artigos da fé cristã. (Robert L. Reymond, A New Systematic Theology of the Christian Faith Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1998).
- A DOUTRINA DE DEUS E DOS ANJOS
1.1.Objetivo da unidade I, segundo Rosa (2008):
a) Apresentar evidências claras da existência de Deus a partir da Bíblia e da Filosofia, sua revelação ao homem, seus atributos e sua Triunidade[4];
b) Tratar das questões dos Anjos Luminosos que são os fiéis a Deus e dos Anjos Tenebrosos que são os que se rebelaram contra a autoridade de Deus.
1.2.CAPÍTULO 1: A EXISTÊNCIA DE DEUS (ROSA, 2008)
- Só pode ser investigada até aonde ele se permitiu revelar ao homem;
- A Bíblia não procura provar a existência de Deus;
- A Bíblia afirma que Deus existe e que é o criador de tudo;
- Aceitar a existência de Deus não é questão racional[5], mas uma questão de fé[6] (Heb. 11:06).
- O testemunho da existência de Deus segundo a Filosofia:
a) Platão: filósofo grego (427-347 a. C.) criou o idealismo[7], contudo testificou sobre a existência de Deus “Deus era um ser inacessível, puro, perfeito, que jamais poderia ter contato com suas criaturas”.
b) Aristóteles; filosofo grego do período (384-322 a. C.), criou o realismo[8], onde a partir daí declarou “Deus é o Motor Imóvel que movia todas as coisas e não era movido por ninguém”;
- Deus é eterno (Is 40.28), não tem origem nem fim, Ele é atemporal e auto-existente. Segundo Grudem (1999), Deus não tem principio nem fim, nem sucessão de momentos, portanto é impossível identificar a origem de Deus, aqui está um mistério não revelado (ROSA, 2008);
- Outro mistério de Deus reside na sua aparência ou sua pessoa (ROSA, 2008):
a) Sabe-se pela Bíblia que Deus se revela com atributos da aparência humana, esse fato é chamado de “Revelação Antropomórfica”, literalmente “forma de homem”, diferentemente dos deuses egípcios, por exemplo, que eram “antropozoomorficos” literalmente um deus que tem seu corpo parte humana, parte animal, exemplo: Anúbis (em grego antigo: Ἄνουβις, Anoubis) é o nome dado pelos antigos gregos ao deus com cabeça de chacal associado com a mumificação e a vida após a morte.
- Outro mistério é o de sua localização ou moradia (ROSA, 2008):
a) Deus é infinito, não havendo Nele limitações, portanto pode estar em todos os lugares e habitá-los como pessoa ao mesmo tempo, isso é o que conhecemos como Onipresença[9], podendo então se relacionar com sua criatura o homem.
- Provas bíblicas da existência de Deus (ROSA, 2008):
a) Na Bíblia o homem encontra provas da existência de Deus, ela apresenta ao homem o Deus que o criou e como Ele busca se comunicar com sua criação (Is 45.22);
b) Na Bíblia o homem descobre quem é Deus; como Ele age e como se revelou em Cristo (Hb 1.1); seus atributos, sua justiça, seu amor, sua misericórdia e sua graça (Jo 1.18). Através da Bíblia o homem não fica com nenhuma dúvida da existência de Deus e de sua Revelação, só resta crer (Hb 11.6).
- Argumentações filosóficas de Tomás de Aquino[10] que cooperam para se acreditar na existência de Deus:
a) Argumento cosmológico/cosmogônico[11]: é o argumento que afirma e crer que Deus é o criador do universo, pois algo que funcione tão bem ordenado como um relógio pede um criador; este é Deus;
b) Argumento teleológico[12]: é o argumento que afirma que o universo está ordenado, tudo tem sua própria ordem e lugar, como uma obra de arquiteto, tudo se harmoniza mesmo nas diferenças. Por isso Deus é o grande arquiteto;
c) Argumento Antropológico[13]: argumento de Tomás de Aquino que afirma que mesmo com a ausência do Estado e da religião o homem pode saber o que é certo e errado, o que é do bem e do mal, por crer que Deus criou o homem com essas forças morais;
d) Argumento histórico[14]: para Tomás de Aquino a história humana não é uma fatalidade, acaso, negligencia divina ou destino, mas sim dirigida, controlada, permitida e interrompida por Deus;
e) Argumento da crença universal[15]: para Tomás de Aquino o homem nasce com uma vocação religiosa, ou seja, a crença é algo inato. Todo ser humano nasce com a consciência da existência de Deu, mesmo que não saiba exatamente quem Ele é (ROSA, 2008; pág. 26).
1.3.Os argumentos filosóficos que negam a existência de Deus (ROSA, 2008):
a) O ateísmo[16]: argumento filosófico que consiste na negação absoluta da existência de Deus;
b) O materialismo[17]: argumento filosófico desenvolvido principalmente por Karl Marx com o Materialismo-histórico e dialético, que reduz a existência de Deus à matéria, ou seja, não existindo matéria divina não há Deus;
c) O agnosticismo[18]: argumento filosófico que não nega a existência de Deus, mas também não afirma, pois ninguém pode saber se Deus existe, porque a mente humana limitada não pode alcançar, nem se comunicar com a mente infinita, seu ponto central é a dúvida;
d) O politeísmo[19]: argumento filosófico que nega a existência de um único Deus, aceitando, assim, a existência e adoração a várias divindades, do homem e de animais e, não um Deus absoluto;
e) O panteísmo[20]: filosofia baseada na deificação da natureza, não distinguindo criador e criatura, Deus está em tudo e em todas as coisas, não compreendendo que Deus existe antes da criação;
f) O deísmo[21]: filosofia que acredita que Deus existe, mas abandonou o mundo à sua própria sorte, não havendo como o homem se chegar a Ele e vice-versa, contudo, defende apenas a existência do "Deus dos filósofos e dos sábios”, ou seja, Ele existe, mas não pode se revelar nem foi revelado.
- CAPÍTULO 2: A AUTO-REVELAÇÃO DE DEUS (ROSA, 2008)
- O homem nuca poderia conhecer a Deus se Ele não se auto-revelasse; esse foi um ato pelo qual Deus se mostrou gratuitamente às suas criaturas revelando àquilo que não poderia ser conhecido de outra maneira, mas somente pela sua própria voluntariedade.
a) A revelação pessoal de Deus:
Ao se revelar ao homem, Deus usou figuras e linguagens que facilitou a comunicação Dues-homem visto ser Ele um ser infinito poderia não ser compreendido ou aceito pelo homem ser limitado.
I. A revelação teofânica (gre. Τεοσ/ Téos; Deus. Φανε/Fanê; manifestação):
A revelação de Deus ao homem acontece de forma compreensível, em forma humana (Antropomórfica). Devido à mente limitada o homem a chamou no Antigo Testamento de manifestação do Anjo do Senhor, ou seja, chamou Deus personificado em homem em um corpo glorioso, de anjo. Hoje sabemos que não era anjo, mas sim o próprio Deus e melhor ainda era uma manifestação de Cristo, portanto uma Cristofania, a manifestação do próprio Deus Pai na pessoa do Filho (Abraão, Gn. 18:1-3; Jacó Gn. 32:22-28 e Ml. 3:1).
II. A revelação geral de Deus:
a) A revelação natural; é aquela que aponta que a natureza tem um criador inteligente e perfeito, portanto Deus se revela através de sua criação (Rm. 1:19-20; Sl. 19:1)
b) A revelação na consciência; segundo a Bíblia o homem foi criado com uma natureza moral e ética do certo e do errado, tendo a noção de bem e de mal. Por meio da consciência Deus cobra do homem todos os dias seus atos e obras. Por isso, não há como o homem negar que Deus não existe e que não se revelou a ele.
c) A revelação na história: ao longo da história humana (O homem apareceu na terra cerca de um milhão de anos atrás, segundo registros arqueológicos quando aparece o homo sapiens; desde então começou o período em que vivemos.), Deus tem se dado a conhecer aos homens, Israel é a maior prova disso. Deus criou Israel, o salvo de vários genocídios e extermínios, Deus vem cuidando do homem desde o início, mesmo com o surgimento de vários tiranos e de ateus que tentam matar a crença Nele, Ele continua vivo e controlando a história humana.
III. A revelação específica de Deus:
a) A Bíblia sagrada, escrita por cerca de 40 autores diferentes num período aproximado de 1600 anos, nos revela o Deus que nos criou e nos permite conhecê-lo através de sua narrativa; abaixo um quadro sobre os autores, livros bíblicos e suas respectivas datas:
ivro | Data | Autor | Livro | Data | Autor |
Antigo Testamento: | |||||
Gn | 1440 ac | Moisés | Ex | 1400 aC | Moisés |
Lv | 1445 aC | Moisés | Nm | 1400 aC | Moisés |
Dt | 1400 aC | Moisés | Js | 1400—1375 aC | Josué |
Jz | 1050—1000 aC | Desconhecido | Rt | 1050—500 aC | Desconhecido |
1 Sm | 931—722 aC | Samuel e outros | 2 Sm | 931—722 aC | Samuel e outros |
1 Rs | 560—538 aC | Jeremias | 2 Rs | 560—538 aC | Jeremias |
1 Cr | 425—400 aC | Esdras | 2 Cr | 425—400 aC | Esdras |
Ed | 538—457 Ac | Esdras | Ne | 423 aC | Neemias |
Et | 465 aC | Desconhecido | Jó | Sec. V—II aC | Moisés ou Salomão |
Sl | 1000—300 aC | Davi, Asafe e outros | Pv | 950—700 aC | Salomão e outros |
Ec | 935 aC | Salomão | Ct | 970—930 aC | Salomão |
Is | 700—690 aC | Isaias | Jr | 626—586 aC | Jeremias |
Lm | 587 aC | Jeremias | Ez | 593—573 aC | Ezequiel |
Dn | 537 aC | Daniel | Os | 750 aC | Oséias |
Jl | 835—805 aC | Joel | Am | 760—750 aC | Amós |
Ob | 586 aC | Obadias | Jn | 760 aC | Jonas |
Mq | 704—696 aC | Miquéias | Na | 612 aC | Naum |
Hc | 600 aC | Habacuque | Sf | 630 aC | Sofonias |
Ag | 520 aC | Ageu | Zc | 520—475 aC | Zacarias |
Ml | 450 aC | Malaquias | |||
Novo Testamento: | |||||
Mt | 50 –75 dC | Mateus | Mc | 65—70 dC | Marcos |
Lc | 59—75 dC | Lucas | Jo | 85 dC | João |
At | 62 dC | Lucas | Rm | 56 dC | Paulo |
1Co | 56 dC | Paulo | 2Co | 56 dC | Paulo |
Gl | 55—56 dC | Paulo | Ef | 60—61 dC | Paulo |
Fp | 61 dC | Paulo | Cl | 61 dC | Paulo |
1Ts | 50 dC | Paulo | 2Ts | 50 dC | Paulo |
1Tm | 64 dC | Paulo | 2Tm | 66—67 dC | Paulo |
Tt | 64 dC | Paulo | Fm | 60—61 dC | Paulo |
Hb | 64—68 dC | Desconhecido | Tg | 48-62 dC | Tiago (irmão de Jesus) |
1Pe | 60 dC | Pedro | 2Pe | 65—68 dC | Pedro |
1Jo | 90 dC | 1,2,3 Jo // João | Jd | 65—80 dC | Judas |
Ap | 70—95 dC | João |
b) Jesus Cristo; é a revelação mais concreta de Deus aos homens: Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados assentou-se à destra da majestade nas alturas (Hb. 1.1).
c) A conversão do homem: faz com que o mesmo tenha um encontro profundo, intimo e pessoal com Deus. A experiência pessoal é a forma mais objetiva do homem conhecer a Deus.
IV. A revelação da natureza de Deus, seus atributos (RYRIE, 2007; PLENITUDE, 2001; ROSA, 2008):
Deus se revela por seus atributos também, mas o que são os atributos de Deus? Os atributos divinos são as características de Deus, a soma das quais definem quem Ele é. Eles refletem diversos aspectos da mesma essência divina.
a) Os atributos de Deus:
Trindade: Deus existe eternamente como três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo), cada pessoa é plenamente Deus, e existe só um Deus. Todos os atributos divinos aplicam-se a cada pessoa da Divindade (Mt.3:16,17; Mt.28:19; I Jo.5:7).
Independência: Deus é um ser não causado e ninguém além d’Ele próprio sustenta Seu ser. Ele não precisa de nós nem do restante da criação para nada, pois existe por si mesmo e não depende de qualquer coisa externa a si próprio para existir (Jo.5:26; At.17:28; Ap.4:11);
Eternidade: Deus não tem princípio nem fim nem sucessão de momentos no Seu próprio ser, e percebe todo o tempo com igual realismo. Ele criou o próprio tempo e, portanto, é independente dele (Ex.3:14; Sl.90:2; II Pe.3:8);
Imutabilidade: Deus é imutável no Seu ser, nas Suas perfeições, nos Seus propósitos e nas Suas promessas. Deus não pode mudar porque é eterno e perfeito (Sl.102:25-27; Ml.3:6; Tg.1:17; Sl.33:11; Nm.23:19);
Unidade: Deus não está dividido em partes, mas percebemos atributos diversos enfatizados em momentos diferentes. Não existe um atributo mais importante do que o outro (I Jo.1:5; 4:16);
Espiritualidade: Deus é espírito e, portanto, não tem corpo. Ele existe como ser que não é feito de matéria e que não tem partes, formas ou dimensões (Jo.4:24; I Tm.1:17; Ex. 20:4-6; Dt.4:15-16). As passagens que atribuem a Deus partes corporais (II Cr.16:9; Sl.91:1-4) devem ser entendidas em sentido figurado, pois são antropomórficas (em forma de homem);
Onipresença: Deus está presente em todo lugar, estando envolvido na criação e na vida dos indivíduos (Sl.139.7-10);
Onisciência: Deus possui todo o conhecimento, o que significa que Ele conhece inclusive o futuro e os nossos pensamentos (Jó 37.16; Sl.139.1-4; Is.46.10; Rm.11.33; Hb.4.13);
Onipotência: Deus pode fazer tudo àquilo que deseja (Gn.17.1; Jó 42.2; Sl.115.3; Is.43.11-13; Mc.10.27). Ele não pode pecar ou agir contra Sua própria natureza (Tg.1.13);
Amor: Deus é amor, o que significa que Ele se doa eternamente aos outros (I Jo.4:8; Jo.17:24). Deus ama a todos, mas não da mesma forma (Mt.5:45; Rm.8:35-39; Rm.9:13);
Justiça: Deus sempre age segundo o que é justo, e Ele mesmo é o parâmetro da justiça (Dt.34:4; Gn.18:25; Is.30:18; Jr.9:24; At.17:31);
Ira: Deus repudia intensamente todo o pecado e aqueles que o praticam (Rm.1:18; 9:22-23; Jo.3:36). O cristão não deve temer a ira de Deus, visto que foi salvo dela pela justiça de Cristo (Rm.5:9);
Vontade: Deus aprova e decide executar todo ato necessário para a existência e para a atividade de si mesmo e de toda a criação. A vontade de Deus envolve as escolhas divinas do que fazer e não fazer (Mt.10:29; Ef.1:11; Ap.4:11; At.4:27-28; Tg.4:13-15). É dividida em vontade secreta e vontade revelada (Dt.29:29). À vontade revelada refere-se a tudo aquilo registrado na Bíblia, e a vontade secreta refere-se aos decretos pelos quais Deus rege o mundo e determina tudo o que irá acontecer;
Santidade: Deus é santo (I Sm.2.2; Sl.99; Is.40.25; Ap.15.4) em dois aspectos: transcendência e pureza moral. A transcendência mostra como Deus está separado e é independente do espaço e do tempo, não sendo limitado por eles (Is.57.15). A pureza moral mostra como Deus está separado de tudo o que é pecaminoso (Lv.20.26; I Pe.1.15,16).
- CAPÍTULO 3: O DEUS TRIUNO (ROSA, 2008)
A Trindade em sua totalidade ainda se constitui um mistério para a mente humana. Todavia, segundo Rosa (2008), Ela se revelou ao longo da narrativa do antigo e novo Testamento. Desde o início de sua revelação Deus se mostrou Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas distintas, com funções e atividades diferentes, mas de uma única Deidade, ou seja, manifestações de um único Deus.
3.1.Definição:
Deus é uma Unidade, uma essência divina, existindo em Três Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. A Palavra Trindade não se encontra na Bíblia. O Credo Atanasiano[22] diz: “Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade, sem confundir as Pessoas, sem separar a substância”. Cada uma das Três Pessoas da Trindade é Deus, sendo iguais em: autoridade, glória e poder. Cada uma Delas igual às outras, merecendo o mesmo culto, a mesma devoção, a mesma confiança e fé;
3.2.Obs.: Vide Rosa (2006), páginas 39 a 50, para maiores informações.
4. CAPÍTULO 4: OS ANJOS LUMINOSOS (ROSA, 2008)
A Bíblia apresenta poucas informações sobre os anjos e qual é o tipo de relacionamento que o homem deve ter com eles. Contudo, os anjos consistem em anjos eleitos e anjos decaídos.
4.1 Terminologia
O termo anjo da língua portuguesa tem origem na palavra latina angelu, que por sua vez se deriva do termo άγγελος (aggelos) do grego. Em hebreu, a palavra traduzida como anjo é כמל (mal'ak). A palavra malak ocorre 214 vezes no Antigo Testamento, e a palavra aggelos ocorre 188 vezes no Novo Testamento, sendo que ambas tem o significado de mensageiro, representante, enviado ou embaixador.
4.1.Numero dos anjos:
Não é possível determinar quantos anjos foram criados. A Palavra de Deus sempre se refere a eles através de números metafóricos, indicando grande quantidade, mas em nenhuma parte há um número exato.
4.2.Organização dos anjos:
a) Anjos, Arcanjos (Jd. 9), Querubins (Gn. 3.22-24) e Serafins (Is. 6.1-3). Suas posições são: Potestades e Principados, Hostes, Tronos, Dominações (Ef. 3.10) etc.
b) Obs.: Vide Rosa (2006) páginas 51 a 57, para maiores informações.
5. CAPÍTULO 5: ANJOS TENEBROSOS (ROSA, 2008)
A Bíblia nos informa que os anjos tenebrosos são aqueles que liderados pelo Querubim Lúcifer (Querubim da Guarda, sua função era guardar e proteger, sobre ele ser regente do coral de Deus ou ministro de louvor é mito e não há comprovação bíblica), rebelaram-se contra a autoridade de Deus. Na mesma ocasião outro grupo abandonou o domínio de Deus, desertando do Exército Celeste. O grupo liderado por Lúcifer (Anjo de luz, Estrela da Alva ou aquele que brilha), fora expulso por Deus do Céu (Ap. 12: 4-9). O grupo desertor, que preferira ficar neutro e abandonar o céu, fora aprisionado no abismo (Jd. 6), aonde ficará até à Grande tribulação quando será solto para cumprir o propósito de Deus (Ap. 9:14-16).
5.1.A queda de Lúcifer o transforma em Satanás:
Satanás era originalmente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, Lúcifer, o mais glorioso dos anjos. Mas ele orgulhosamente aspirou a ser "como o Altíssimo" e caiu na condenação (Ez. 28.12,19; Is. 14.12-15; 1 Tm. 3.6). O nome "Satanás" revela-o como "o adversário", não do homem em primeiro lugar, mas de Deus.
5.2.A natureza dos anjos tenebrosos/demônios (PLENITUDE, 2001):
a) São seres inteligentes (Mt. 8.29,31; 1 Tm. 4.1-3; 1 Jo. 4.1 e Tg. 2.19), possuem características de ações pessoais o que demonstra que possuem personalidade (Mc. 1.24; Mc. 5.6,7; Mc. 8.16; Lc. 8.18-31);
b) São seres espirituais (Lc. 9.38,39,42; Hb. 1.13,14; Hb. 2.16; Mt. 8.16; Lc. 10.17,20);
c) São seres numerosos (Mc. 5.9);
d) São seres vis e perversos - baixos em conduta (Lc. 9.39; Mc. 1.27; 1 Tm. 4.1; Mt. 4.3);
e) São servis e obsequiosos (Mt. 12.24-27). As atividades dos demônios são
afligir e tentar os santos de Deus (1 Ts. 3.5). Matar, roubar e destruir (Jo. 10:10). Apossam-se dos corpos dos seres humanos e dos irracionais (Mc. 5.8, 11-13); Afligem aos homens mental e fisicamente (Mt. 12.22; Mc. 5.4,5); Produzem impureza moral (Mc. 5.2; Ef 2.2). Tentam opor-se à obra de Deus (Ap. 16.13-16 e Dn. 10.11-14;Mt. 13.19; 2 Co. 4.4).
5.3. Os anjos caídos estão organizados em:
a) Potestades, principados, príncipes das trevas e hostes espirituais da maldade (Ef. 6.12).
5.4. Obs.: Vide Rosa (2006), páginas 59 a 65, para todas as informações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GREGÓRIO; Sérgio Biagi. Dicionário Enciclopédico Sérgio Biagi Gregório; disponível em: http://sites.google.com/site/dicionarioenciclopedico/panteismo; acesso em 07/05/2011.
GRUDEM; Wayne. Teologia Sistemática. Vida Nova: São Paulo, SP; 1999.
JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
PLENITUDE, Bíblia de Estudo. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001.
ROSA, Isaías. Teologia Sistemática – O estudo das Doutrinas Bíblicas. Pindamonhangaba – SP. IBAD, 2008.
RYRIE, Charles C., A Bíblia Anotada: edição expandida. Ed. Revista e expandida, São Paulo – SP: Mundo Cristão; Barueri, SP; Sociedade Bíblica do Brasil, 2007.
WIKIPEDIA, a enciclopédia livre. A Fé: disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9; acesso em 07/05/2011.
Professor Nilton Carvalho é Historiador, Especialista em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Teólogo e mestrando em Ciências da Religião.
ndc30@hotmail.com; http://www.palavradevidaemcristo.blogspot.com/;http://historiaeculturandc.blogspot.com/;twitter@profnilton07
[1] Teologia Calvinista: O Calvinismo é tanto um movimento religioso protestante quanto uma ideologia sociocultural com raízes na Reforma iniciada por João Calvino em Genebra no século XVI. Os cinco pontos do calvinismo são doutrinas básicas sobre a salvação, São eles: Predestinação da alma; Eleição incondicional; Expiação limitada; Vocação eficaz (ou Graça Irresistível); Perseverança dos santos (Nota do Professor).
[2]Teologia Dispensacional: é um sistema teológico que apresenta duas distinções básicas: (1) Uma interpretação consistentemente literal das Escrituras, em particular da profecia bíblica. (2) A distinção entre Israel e a Igreja no programa de Deus (Nota do Professor).
[3] Holisticamente: Holística é um termo que vem do grego “holos” igual ao todo, mais que se inspira também da palavra inglesa “wholy” igual ao sagrado, santo. Holística é, por conseguinte um termo que ao mesmo tempo indica uma tendência ao ver o todo além das partes, no caso da Bíblia e da Teologia Sistemática o teólogo considera esse todo como santo e sagrado. Por exemplo, A visão holística de uma empresa equivale a se ter uma "imagem única", sintética de todos os elementos da empresa, que normalmente podem ser relacionados a visões parciais abrangendo suas estratégias, atividades, informações, recursos e organização (estrutura da empresa, cultura organizacional, qualificação do pessoal, assim como suas interrelações). Portanto, o teólogo sistemático vê o todo das escrituras sagradas a partir das pequenas informações, relatos, práticas etc., santas; ou seja, uma visão macro a partir do micro (Nota do Professor).
[4] Triunidade: Conjuntamente com o Espírito Santo, o Pai e o Filho formam o Ser Divino que chamamos de Deus Triuno, de onde surgiu a doutrina da Triunidade, popularmente conhecida como Trindade. A Trindade é conhecida como o Credo de Atanásio, subscrito pelos três principais ramos da Igreja Cristã. Ele, Atanásio, era Bispo de Alexandria (século IV), mas estudiosos do assunto conferem a ele data posterior (século V). Contudo, sua crença final teria sido alcançada apenas no século VIII. O texto grego mais antigo deste credo provém de um sermão de Cesário, no início do século VI. O credo de Atanásio, com quarenta artigos, é um tanto longo, mas é considerado “um majestoso e único monumento da fé imutável” de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas de um único Cristo. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus. A Igreja Católica estudou este mistério com grande cuidado e, depois de quatro séculos de esclarecimentos, decidiu declarar a doutrina do seguinte modo: na unidade da Deidade há três Pessoas, O Pai, O Filho e o Espírito Santo, portanto, o "Credo de Atanásio", ou seja, da “Trindade” é aceito como verdade pela Igreja Católica e pela maioria das Igrejas protestantes (Nota do Professor).
[5] Racional de Razão: é a capacidade da mente humana que permite chegar a conclusões a partir de suposições ou premissas. É, entre outros, um dos meios pelo qual os seres racionais propõem razões ou explicações para causa e efeito. A razão permite identificar e operar conceitos em abstração, resolver problemas, encontrar coerência ou contradição entre eles e, assim, descartar ou formar novos conceitos, de uma forma ordenada e, geralmente, orientada para objetivos. A etimologia do termo vem do latim rationem, que significa cálculo, conta, medida, regra, derivado de ratio, particípio passado de reor, ou seja, determino, estabeleço, e, portanto julgo,estimo. É a faculdade do homem de julgar, a faculdade de raciocinar, compreender, ponderar (JAPIASSÚ, 2006; pág. 233/34; com adaptações do professor).
[6] Fé: (do Latim fides, fidelidade e do Grego pistia) é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta ideia ou fonte de transmissão. A fé acompanha absoluta abstinência à dúvida pelo antagonismo inerente à natureza destes fenômenos psicológicos e lógica conceitual. Ou seja, tendo fé, é impossível duvidar e ter fé ao mesmo tempo. A expressão se relaciona semanticamente com os verbos crer, acreditar, confiar e apostar, embora estes três últimos não necessariamente exprimam o sentimento de fé, posto que possa embutir dúvida parcial como reconhecimento de um possível engano (Fonte com adaptações do professor: http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9; acesso em 04/05/2011).
[7] Idealismo: A relação fundamental da teoria do conhecimento é a relação sujeito-objeto. Ora, para Platão há dois mundos possíveis que ele denomina de mundo sensível (Ideias) e outro que ele denomina de mundo inteligível (concreto/real). Assim explicar o sentido ou o significado de cada um desses mundos e,consequentemente, explicar a interação desses dois mundos possíveis tornar-se-á tarefa majoritária da teoria do conhecimento de Platão. Portanto, as idéias são formas, modelos perfeitos ou paradigmas, eternos e imutáveis, constituindo um mundo transcendente, do qual os objetos concretos (reais) do mundo da experiência sensível são cópias ou imagens imperfeitas derivadas das ideias. Na verdade, para Platão, o Idealismo, poderia ser chamado de “realismo das ideias”, pois as ideias constituem uma realidade autônoma (JAPIASSÚ, 2008, com adaptações do professor).
[8] Realismo: criticando a Platão, Aristóteles afirma que a ideia não possui uma existência em si, mas é do campo do espírito, ou seja, abstrato. Só são reais (ai vem o conceito de realismo), os indivíduos concretos. A ideia só existe nos seres individuais, as primeiras causas e os primeiros princípios de tudo é que são reais, o mundo da inteligência separado do das coisas sensíveis - visava antes de tudo a salvar a ciência, estabelecendo a coerência necessária entre o conceito (A ideia) e seu objeto (A realidade). O realismo de Aristóteles procura restabelecer essa coerência sem abandonar o mundo sensível: explora a experiência, e nela mesma insere o dualismo entre o inteligível (O real) e o sensível (O abstrato/idéia). O projeto de Aristóteles visa em última análise restabelecer a unidade do homem consigo mesmo e com o mundo, tanto quanto o projeto de Platão, baseado numa visão do cosmos. Entretanto, Aristóteles censura a Platão ter seguido um caminho ilusório (Ideia), que retira a natureza do alcance da ciência (realidade). Aristóteles procura apoio na psicologia. O ser existe diferentemente na inteligência e nas coisas, mas o intelecto ativo, que é atributo da primeira, capta nas últimas, o que elas têm de inteligível, estabelecendo-se dessa forma um plano de homogeneidade (JAPIASSÚ, 2006; com adaptações do professor).
[9] A onipresença: é a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Em teologia, a onipresença é um atributo divino segundo o qual Deus está presente em todos os pontos da criação. Em conjunto à simplicidade divina, pode-se dizer que Deus está totalmente presente em cada ponto do universo (Nota do Professo)
[10] Tomás de Aquino (Nascimento:Roccasecca, 1225 — Morte: Fossanova, 7 de março 1274) foi um padre dominicano, teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e cognominado Doctor Communis ou Doctor Angelicus pela Igreja Católica.Seu maior mérito foi a síntese do cristianismo com a visão aristotélica do mundo, introduzindo o aristotelismo, sendo redescoberto na Idade Média, na Escolástica anterior, compaginou um e outro, de forma a obter uma sólida base filosófica para a teologia e retificando o materialismo de Aristóteles. Em suas duas summae, sistematizou o conhecimento teológico e filosófico de sua época: a Summa theologiae e a Summa contra gentiles (JAPIASSÚ, 2006; pág. 90; com adaptações do professor).
[11] Cosmologia e Cosmogônico de Cosmogonia: Cosmogonia (do grego κοσμογονία; κόσμος "universo" e - γονία "nascimento") é o termo que abrange as diversas lendas e teorias sobre as origens do universo de acordo com as religiões, mitologias e ciências através da história. Tanto cosmologia como cosmogonia partilham do mesmo radical grego cosmo, que significa mundo. Enquanto o sufixo logos da cosmologia designa saber ou ciência, o sufixo gon da cosmogonia lhe dá o significado de "Imaginar, produzir, gerar", discernindo daí que enquanto a cosmologia é a ciência que estuda o universo, a cosmogonia é uma das diversas teorias ou explicações que determinada religião ou cultura deu à origem do universo e seus principais fenômenos (JAPIASSÚ, 2006; com adaptações do professor).
[12] A teleologia (do grego: Τέλοσ, Télos; finalidade, e - logía, estudo) é o estudo filosófico dos fins, isto é, do propósito, objetivo ou finalidade. Embora o estudo dos objetivos possa ser entendido como se referindo aos objetivos que os homens se colocam em suas ações, em seu sentido filosófico, teleologia refere-se ao estudo das finalidades do universo e, por isso, a teleologia é inseparável da teologia (a afirmação de que um ser superior, Deus, realiza seus propósitos no universo). Suas origens remontam aos mitos e à religião, com sua noção de que todo acontecimento e todas as coisas são causadas pela vontade de alguma entidade sobrenatural (deuses, Deus, espíritos). Platão e Aristóteles elaboraram essa noção do ponto de vista filosófico (JAPIASSÚ, 2006; pág. 264; com adaptações do professor).
[13] Argumento Antropológico: Tomás de Aquino analisando a natureza humana percebeu que o homem é um animal social (político) e, portanto forçado a viver em sociedade com os outros homens. A primeira forma da sociedade humana é a família, de que depende a conservação do gênero humano; a Segunda forma é o estado, de que depende o bem comum dos indivíduos. Entretanto, se a vontade não determina a ordem moral, é à vontade, todavia que executa livremente esta ordem moral. Tomás afirma e demonstra a liberdade da vontade, recorrendo a um argumento metafísico fundamental. A vontade tende necessariamente para o bem em geral. Se o intelecto tivesse a intuição do bem absoluto, isto é, de Deus, a vontade seria determinada por este bem infinito, conhecido intuitivamente pelo intelecto. Portanto mesmo com a ausência do Estado e da religião o individuo naturalmente pode discernir o que é correto e do bem, mas também, o que é errado, bárbaro e do mal, isso por causa das forças morais que Deus colocou dentro do homem na criação do mesmo; a escolha entre o bem e o mal (JAPIASSÚ, 2006; pá. 15; 268; com adaptações do professor).
[14] Argumento histórico: que Deus saiba quais os atos o homem praticará não implica dizer que Ele seja a causa destes atos; pelo contrário, é a decisão do homem de praticar o ato que permite que Deus saiba que ele será praticado. Da mesma forma, quando o serviço de meteorologia prevê a ocorrência de um tornado amanhã, esta previsão não o torna a causa do tornado. Ao contrário, aquilo mesmo que fará com que haja a tempestade amanhã é que proporciona ao meteorologista a base da sua previsão. A História será a progressiva realização do Absoluto ou do Espírito como realidade livre, infinita, isto é, como realidade que vai ganhando consciência de que tudo o que existe tem a sua marca, é manifestação sua, portanto, qualquer que seja só terá a sua história até aonde Deus quiser que ela seja escrita, fora isso não haverá história nenhuma. Deus a controla e a permite, mas também a dirige e a muda a hora que desejar, Deus é um ser histórico e criador da História, o homem é que a deturpa e a mancha com tragédias (Nota do Professor).
[15] Argumento da crença universal: para Tomás de Aquino é contingente o fato de cada um de nós existirmos, por isso todo ser humano nasce com a consciência da existência de Deu, mesmo que não saiba exatamente quem Ele é (Nota do Professor).
[16] Ateísmo: O termo ateísmo proveniente do grego ἄθεος (atheos), que significa "sem Deus", foi aplicado com uma conotação negativa aos pensamentos que rejeitavam os deuses adorados pela maioria da sociedade. Ateísmo, num sentido amplo, é a rejeição da crença na existência de divindades. Em um sentido mais restrito, o ateísmo é precisamente a posição de que não há divindades. De forma mais ampla, o ateísmo é simplesmente a ausência da crença de que divindades existem. O ateísmo é o oposto do teísmo, que em sua forma mais geral é a crença de que pelo menos uma divindade existe. Portanto, ateísmo é a negação ou a falta da crença na existência de deus (deuses). O termo ateísmo vem do prefixo grego “a”, significando “ausência/não/negação”, e da palavra grega theos, significando “divindade/Deus”. A negação da existência de Deus é conhecida como ateísmo “ativo” ou “forte”; a simples descrença é denominada ateísmo “passivo” ou “fraco” (JAPIASSÚ, 2006; pág. 19; com adaptações do professor).
[17]Materialismo-histórico e dialético, No século XIX, houve a efetivação da sociedade burguesa e a implantação do capitalismo industrial, que trouxe a implantação de um novo modelo de sociedade, que desde o seu surgimento já é criticada pelas suas contradições internas e principalmente pelas desigualdades sociais que traz consigo. Na linha destas críticas e do estudo da sociedade capitalista destacam-se dois pensadores: Karl Marx e Friedrich Engels. Ambos elaboram uma nova concepção filosófica do mundo, o “materialismo histórico e dialético”, e ao fazerem a crítica da sociedade em que vivem, apresentam propostas para sua transformação: o socialismo científico. “As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. Assim, a base material ou econômica constitui a "infraestrutura" da sociedade, que exerce influência direta na "super-estrutura", ou seja, nas instituições jurídicas, políticas (as leis, o Estado) e ideológicas (as artes, a religião, a moral) da época. Por isso, o argumento que Deus existe cai por terra, pois os homes modificam as ideologias, a religião é uma ideologia. Portanto, Deus é utopia pois não se pode provar sua existência pois o principio de tudo é a matéria; aonde então Deus está materializado para provar sua existência? Então a religião é o ópio da sociedade, ou seja, a religião é alucinógena, mitológica, mística e imaterial, ficando somente no campo das ideias, ela atrapalha a força produtiva e a coercitividade do Estado, por isso o homem não precisa de religião ou divindade ( JAPIASSÚ, 2006; páginas, 179, 180, 181/2; com adaptações do professor).
[18] O agnosticismo: Agnosticismo derivou-se da palavra grega agnostos, formada com o prefixo de privação (ou de negação) a- anteposto a gnostos (conhecimento), portanto: “não conhecer”, “não saber”. Gnostos provinha da raiz pré-histórica gno, que se aplicava à ideia de saber. Agnosticismo na história: Pirro de Elis (360 a.C. - 270 a.C.) Filósofo grego nascido em Élida, fundador da escola filosófica, o ceticismo, uma doutrina prática, também conhecida como pirronismo, que se caracterizava por negar ao conhecimento humano a capacidade de encontrar certezas. Se existem ou existiram deuses é considerada uma questão que não pode ser finalmente respondida, ou que no mínimo não foi suficientemente investigada antes que possa considerar satisfatoriamente respondida, pois muitas coisas tidas como relacionadas podem ser frequentemente independentes. Agnosticismo também se refere às bases filosóficas que foram assentadas no século XVIII por Immanuel Kant e David Hume, mas que só no século XIX teriam um termo formulado. Seu autor foi o biólogo britânico Thomas Henry Huxley numa reunião da Sociedade Metafísica, em 1876. Ele definiu o agnóstico como alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder superior (Deus) não foi nem nunca será resolvida. Por fim, a compreensão dos problemas metafísicos, como a existência de Deus, é inacessível ou incognoscível ao entendimento humano na medida em que ultrapassam o método empírico de comprovação científica. Assim, o conhecimento da existência de Deus é considerado impossível para agnósticos teístas ou ateístas (JAPIASSÚ, 2006; pág. 05; com adaptações do professor).
[19] O politeísmo: (do grego: Poli, muitos, Théos, deus: muitos deuses) consiste na crença da existência de mais do que uma divindade de gênero masculino, feminino ou indefinido, sendo que cada uma é considerada uma entidade individual e independente com uma personalidade e vontade próprias, governando sobre diversas atividades, áreas, objetos, instituições, elementos naturais e mesmo relações humanas. Portanto, o politeísmo é um sistema religioso que adota a crença e a consequente adoração em muitos deuses. É uma distorção do monoteísmo hebreu, cuja adoração acha-se centrada dogmaticamente no Deus Único e Verdadeiro (JAPIASSÚ, 2006; pág. 221 e 220; com adaptações do professor).
[20] Panteísmo. concepção segundo a qual tudo o que existe deve sua existência a Deus, e em última análise se identifica com Deus. Deus é assim um ser imanente no mundo, à natureza, e não um ser exterior e transcendente. Na filosofia clássica, os estóicos defenderam uma posição na qual Deus se confundia com a Alma do Mundo. No pensamento moderno, Spinoza é o principal representante do panteísmo, afirmando que Deus é a única substância infinita e eterna, da qual todas as coisas existentes são apenas modos. A característica do panteísmo pode ser expressa dizendo-se que ele não estabelece nenhuma diferença entre causalidade divina e causalidade natural. No interior do panteísmo, podem-se distinguir três modos principais de vincular mundo e Deus, quais sejam: 1.° o mundo é a emanação de Deus; 2.° o mundo é a manifestação ou revelação de Deus; 3.° o mundo é a realização de Deus. O primeiro e o segundo desses modos unem-se em geral, e o mesmo ocorre com o segundo e o terceiro; não se acham, porém, explicitamente vinculados o primeiro e o terceiro (fonte: Dicionário Enciclopédico Sérgio Biagi Gregório; disponível em: http://sites.google.com/site/dicionarioenciclopedico/panteismo; acesso em 07/05/2011).
[21] O deísmo: Doutrina fundada na religião natural e que admite a existência de Deus, não enquanto conhecido por uma revelação ou por qualquer dogma, mas na medida em que constitui um ser supremo com atributos totalmente indeterminados. Difere de teísmo, pois trata-se de uma doutrina que tanto pode postular a existência de um Deus criador quanto a imortalidade da alma ou a universidade moral. Pascal condenou o deísmo como uma doutrina perniciosa para a religião, porque, ao invés de aceitar "o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó", defende apenas a existência do "Deus dos filósofos e dos sábios" Dieu des philosophes et des savants (JAPIASSÚ e MARCONDES, 2008).
[22] Credo Anastasiano: vide nota nº 4, página 3.
2 comentários:
Olá! Palavra de Vida em CRISTO.
Me regozijo quando vejo posts sobre DEUS, pois gosto de aprender com ele.
O blog tem conteúdo interessante,apesar da leitura ter ficado um pouco cansativa,as cores das letras devem ser observadas, pois a lugares que quase não dar para lê.
Me desculpe pelas criticas,mas devemos ter selo pelo o que é de DEUS.
Mas estar de parabéns.
DEUS te abençõe em CRISTO JESUS.
Caro Cleisson Rubem, muito obrigado pelas colocações, estava justamente fazendo a manutenção do blog corrigindo os problemas pontuados por você, penso que agora ficou menos ruim, obrigado e grande abraço.
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