TEOLOGIA SISTEMÁTICA
UNIDADE II: A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
Professor, Especialista Nilton Carvalho.
INTRODUÇÃO:
Recapitulando o conceito de Teologia Sistemática: Teologia Sistemática é, então, a divisão da Teologia em sistemas que explicam suas várias áreas. Por exemplo, muitos livros da Bíblia dão informações sobre o Espírito Santo. No entanto, nenhum livro sozinho dá todas as informações sobre o Espírito Santo. O objeto da Teologia Sistemática é coletar todas as informações sobre o Espírito Santo contidas em todos os livros da Bíblia e as organiza em um sistema que chamamos de: DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO. Isto é a Teologia Sistemática, ou seja, é a organização de ensinamentos da Bíblia em sistemas de categorias devidamente codificados (REYMOND, 1998).
A doutrina do Espírito Santo é de difícil compreensão, afinal quem é o Espírito Santo? Como é sua personalidade e divindade? Como Ele se revela ao longo da história? Por que tantos negam sua existência? O que são dons do Espírito, eles ainda se manifestam atualmente? Por isso, a necessidade de estudarmos a Doutrina do Espírito Santo, para que o cristão compreenda tudo que envolve este ensinamento e o capacite a defendê-la (ROSA, 2008).
v Objetivo da unidade II: trazer à tona tudo que envolve a terceira pessoa da Trindade, sua atuação ao longo da Bíblia e ainda hoje, sua personalidade, sua divindade, seus símbolos e seus nomes.
CAPÍTULO 1: O NÓ TEOLÓGICO DA DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
- A falta de conhecimento bíblico e teológico leva o individuo a formação de conceitos pessoais errôneos sobre a pessoa e a ação do Espírito Santo, isso é conhecido como teologia popular, ou senso comum[1] da teologia.
1.1.Definindo melhor a doutrina do Espírito Santo (ROSA, 2008):
a) O que é Parakletologia: do grego: Parákletos (Παρáκλητος): Consolador, literalmente, “chamado para o lado de alguém”, que precisa de ajuda. Então, em geral, aquele que pleiteia a causa de outrem, intercessor, advogado e em sentido mais amplo, significa “ajudador, auxiliador, consolador”. Jesus ao se referir ao Espírito Santo utilizou a expressão “outro consolador”. Logia (gre. λóγος: lógos): Estudo, tratado etc. Parakletologia, portanto deriva-se das palavras gregas “Parákletos” e “Lógos” podendo ser definida como a ciência que estuda acerca do Espírito Santo, enquanto Consolador. Termo que indica a função do Espírito Santo e não a sua pessoa, então o termo “Paracletologia” não é a Doutrina do Espírito Santo;
b) Pneumatologia: é o estudo de seres espirituais, o termo é formado por Pneuma (gre. Πνευμα): Ar, respiração, sopro, que também se refere a espírito; mais, Logia (gre. λóγος: lógos): Estudo, tratado etc. Portanto, estudo dos espíritos, do homem, de Deus, dos Anjos, demônios etc. Não podendo ser então, a Doutrina do Espírito Santo
c) Pneumagiologia: procedente de três termos gregos: PNEUMA (gre. Πνευμα: vento, ar, espírito), HAGIOS (gre. Ηαγιος: santo), e LOGIA (gre. λóγος: lógos estudo, ciência, doutrina). Portanto, doutrina do Espírito Santo. Esta definição é mais precisa do que “PNEUMATOLOGIA” (literalmente, estudo do espírito) que se refere ao estudo teológico de fatos relacionados ao espírito de modo geral, sejam anjos ou a parte imaterial do homem. E mais acertada que “PARAKLETOLOGIA” que é a ciência que estuda acerca do Espírito Santo, enquanto Consolador. É necessário conhecer o que a Bíblia ensina sobre o Espírito Santo. A falta de conhecimento desta doutrina tem causado grande prejuízo espiritual na vida de muitos. Jesus disse: “Errais, não conhecendo as escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22: 29).
1.2.A doutrina do Espírito Santo conforme Rosa (2008) foi se formando ao longo da História à medida que a revelação divina foi sendo liberada:
a) No Antigo Testamento o conceito de Espírito Santo é apenas místico[2] e fenomenológico[3], associado a símbolos como óleo, fogo, nuvem, glória, vento e água, era uma força da parte de Deus que capacitava o crente (Nm. 11:26-2; Re. 2:15; Is. 11:2). Os crentes não imaginavam o Espírito Santo como uma pessoa, nem como uma divindade;
b) No novo Testamento o conceito do Espírito Santo como pessoa é revelado. Jesus faz esta grande revelação chamando o Espírito Santo de o “Outro Consolador” (do grego. Αλλον: Allon/Outro e Παρáκλητος: Parákletos/Consolador): o que significa alguém como Ele (Jesus), da mesma natureza e espécie, que assumiria o seu lugar (Jo. 14:16; 15:26; 16:7). Está conosco desde o dia de Pentecostes, após Jesus subir assunto ao céu, Ele dirige e orienta a Igreja do Senhor, na escolha de obreiros (At. 13:2) e em todos os assuntos que necessário for (At. 15).
c) O conceito do Espírito Santo nos primeiros séculos da Igreja:
I. O Montanismo: Nascido na Frígia (Ásia Menor Romana, hoje Turquia), Montano afirmava possuir o dom da profecia, e que havia sido enviado por Jesus Cristo para inaugurar a era do Consolador. Duas mulheres que o acompanhavam, Priscila e Maximila, afirmavam que o Espírito Santo falava através delas. Durante os seus êxtases anunciavam o fim iminente do mundo, conclamando os cristãos a reunirem-se na cidade de Pepusa, na Frígia, onde surgiria a Jerusalém celeste, uma vez que uma nova era cristã se iniciava com esta nova revelação.
· Os Montanistas viviam separados da igreja ortodoxa, denominando-se como "pneumáticos" (inspirados pelo sopro do espírito), em oposição aos demais cristãos, considerados "psíquicos” ou racionalistas. Contudo, Montano alegava que seus ensinamentos estavam acima dos ensinamentos da Igreja porque ele era diretamente inspirado pelo Espírito Santo. Julgava-se o instrumento do Espírito Santo prometido por Cristo e precursor de uma nova era.
· O movimento caracterizou-se como uma volta ao profetismo, pretendendo revalorizar elementos esquecidos da mensagem cristã primitiva, sobretudo a esperança escatológica. Propunha um rigoroso ascetismo, visando à preparação para o momento final, preceituando-se a castidade durante o casamento e proibindo-se as segundas núpcias. No plano alimentar instituiu-se o jejum durante duas semanas por ano e a xerofagia (consumo de alimentos secos), sem o consumo de carne. Negavam a absolvição aos réus de pecados graves (mesmo após o batismo com confissão e arrependimento). As mulheres eram obrigadas ao uso de véu nas funções sagradas. Recomendava aos fiéis que não fugissem às perseguições e que se oferecessem voluntariamente ao martírio.
· Devido todas estas precipitações sobre o Espírito Santo, os líderes da igreja, desde o século II, passaram a ver as manifestações sobrenaturais do Espírito Santo com muita reserva e desconfiança, durante todas as Idades, Média, Moderna e boa parte da Contemporânea os dons do Espírito e suas sobrenaturais manifestações desapareceram quase na totalidade, renascendo com o movimento Pentecostal em Los Angeles, Estados Unidos, em 1906.
II. O arianismo: foi uma visão Cristológica sustentada por Arius, bispo de Alexandria que nos primeiros tempos da Igreja primitiva negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus, que os igualassem, fazendo do Cristo pré-existente uma criatura, embora a primeira e mais excelsa de todas, que encarnara; ele era tão somente Jesus de Nazaré.
· Jesus então seria subordinado a Deus, e não o próprio Deus. Segundo Ário, só existe um Deus; Jesus é seu filho e não o próprio Deus (crença sustentada até hoje pelo Espiritismo, Legião da Boa Vontade etc., Jesus é só um espírito evoluído e governador da terra). Ao mesmo tempo, Ário afirmava que Deus seria um grande eterno mistério, oculto em si mesmo, e que nenhuma criatura conseguiria revelá-lo, visto que Ele não pode revelar-se a si mesmo. Com esta linha de pensamento, o historiador H. M. Gwatkin afirmou, na obra "The Arian Controversy": "O Deus de Ário é um Deus desconhecido, cujo ser se acha oculto em eterno mistério”.
d) O conceito do Espírito Santo nos dias atuais:
· Mesmo com todo desenvolvimento teológico atual, muitos ainda não compreendem a doutrina do Espírito Santo, distorções e ataques são causados basicamente por dois grupos de cristãos os tradicionais e os pentecostais. Todavia, grupos cristãos não evangélicos, não católicos, ou não protestantes, também dão e formam opiniões sobre o Espírito Santo.
I. Os tradicionais: herdeiros da reforma do século XVI, até reconhecem a personalidade e a divindade do Espírito Santo, mas não a contemporaneidade de suas manifestações sobrenaturais como curas, milagres, línguas estranhas etc.
II. Os pentecostais: herdeiros dos grandes avivamentos do século XIX, já reconhecem tanto a personalidade e a divindade do Espírito Santo, quanto à atualidade de suas manifestações sobrenaturais como dons, curas, milagres, línguas estranhas etc.
III. Grupos cristãos não evangélicos, não católicos, ou não protestantes: aqui há uma total confusão, para uns o Espírito Santo é uma mentira e invenção do demônio, para outros é uma força que emana de Deus, ainda outros pensam que é a Vó Rosa[4], outros pensam que são espíritos desenvolvidos que atingiram status de luz, amor e pureza etc.
e) Maiores esclarecimentos ler Rosa (2008; páginas: 69 a 77).
CAPÍTULO 2: A PRÉ-EXISTÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO (ROSA, 2008)
· O estudo de qualquer ser, de uma tradição, de um povo ou de uma nação se dá a partir de sua gênese, de sua origem. O Espírito Santo, porém é diferente, pois ele não tem uma origem, visto ser uma deidade[5]. Por isso a necessidade de se estudar a origem do Espírito Santo, sua igualdade na trindade e sua distinção do Pai e do Filho.
2.1.A origem do Espírito Santo:
· A primeira menção ao Espírito Santo se encontra em Genesis capítulo 1 e versículo 2 quando ele dava forma e beleza ao universo: E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
a) A Bíblia o apresenta como:
· Espírito Eterno (Hb. 9:14), indicando que sua origem não está ligada ao tempo ou à criação. Sua existência é eterna sem princípio nem fim;
· Ele é chamado de Deus (At. 5:3), isso pressupõe ser Auto-existente igual ao Pai e ao Filho, e Pré-existente, ou seja, antes de tudo existir ele já era. Não havendo momento nenhum da eternidade que o Espírito Santo não existisse;
· Seus atributos são:
ü Onipotente (Zc. 4:6; Rm. 15:9), a onipotência, ou o poder de fazer tudo que lhe apraz e que não seja contrário à sua natureza é um atributo do Espírito Santo gloriosamente afirmado nas Escrituras. Não há limite para o seu poder;
ü Onipresente (Sl. 139:7-10), a onipresença, ou existência ao mesmo tempo em todas as partes, é um atributo de Deus. Ele pelo Santo Espírito existe em todo espaço infinito, pela essência de seu ser. Isto se comprova através da seguinte pergunta feita por Ele mesmo: “Porventura não encho eu o céu e a terra? diz o Senhor” (Jr. 23:24). Na língua hebraica a expressão “o céu (םימש:Shamaîm) e a terra (ץראה: ha’retz)” significa o universo inteiro. Este universo segundo a própria declaração de Deus está cheio de sua presença pelo seu Santo Espírito. Como já se disse: o centro de Deus está em todo lugar e a sua circunferência não existe;
ü Onisciente (I Co. 2:10-11), o grandioso e formidável conhecimento onisciente causam admiração à estreita mente humana. O passado e o futuro são vistos pelo Espírito Santo com a mesma clareza que o presente. Mas cada um como um tempo distinto etc;
2.2.A igualdade do Espírito Santo na Trindade:
· O Espírito Santo tem a mesma importância que o Pai e o Filho na Trindade, colocá-los em hierarquia denota graus de importância e de diferença de poder. O fato de ocupar a terceira pessoa da Trindade não diminui e nem torna diferente o Espírito Santo das demais pessoas da deidade, essa posição é apenas uma questão de ordem na revelação de cada pessoa e não de essência;
· A única diferença encontrada na Trindade refere-se ao papel que cada pessoa executou na redenção do homem. O Pai idealizou a redenção (Ef. 1:4); o Filho a executou na cruz do calvário (Hb. 9:22); e o Espírito Santo a aplica ao homem perdido, é Ele quem convence o ser humano de seu pecado (Jo. 18:6);
· Desde o início da Igreja o Espírito Santo é reconhecido como Deus: ao longo da história da Igreja Cristã, muitos homens piedosos defenderam a doutrina trinitária.
· O seu mais celebre defensor é Atanásio[6], que escreveu quarenta artigos, é um tanto longo para um credo, mas é considerado um majestoso e único monumento da fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas de um único Cristo. Atanásio definiu o seguinte: “Deus existe eternamente como três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo – e cada pessoa é plenamente Deus, e existe só um Deus. O que o Pai é, o mesmo é o Filho e o Espírito Santo. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. Contudo, não há três eternos, mas um eterno, Portanto não há três (seres) não criados, nem três ilimitados, mas um não criado e um ilimitado.”
2.3.O Espírito Santo distinto do Pai e do Filho:
· O Espírito Santo tem personalidade distinta e separada do Pai e do Filho;
· O Espírito Santo tem iniciativa própria (Is. 63:10);
· O Espírito Santo é livre para tomar decisões (At. 13:2);
· Contudo, o Espírito Santo está em harmonia com o Pai e com o Filho, são pessoas distintas em suas manifestações, mas pertencem à mesma essência indivisível e eterna (Mt. 3:16);
CAPÍTULO 3: A IDENTIDADE DO ESPÍRITO SANTO (ROSA, 2008)
3.1.Ele é espírito: não possui título humano como Pai e filho; foi revelado apenas como Espírito (Heb. Ruach: חעור; gre. Pneuma: πνευμα = “sopro”, “respirar”, “hálito”, “vento”). Ele é incorpóreo, não limitado a corpo físico; é impossível vê-lo porque é Espírito invisível;
3.2.Ele é uma pessoa: pois possui estas características, a Bíblia o chama de “Ekeinos” (gre. εκεινοσ) “Ele” usado para pessoa, “hos” (gre. Θοσ) “Outro” e “allon” (gre. Αλλον:): o que significa alguém como Ele (Jesus), da mesma natureza e espécie, que assumiria o seu lugar, usada para indicar uma pessoa.
3.3.Ele é uma divindade: a Bíblia o apresenta como Deus eterno, auto-existente, sendo Ele mesmo criador de todas as coisas (Gn. 1:2); Ele é santo por natureza não havendo possibilidade de pecar (Jo. 14:17).
CAPÍTULO 4: OS SÍMBOLOS E OS NOMES DO ESPÍRITO SANTO (ROSA, 2008)
· O estudo dos nomes e símbolos do Espírito Santo é importante para compreendermos melhor a ação da terceira pessoa da Trindade no ceio do seu povo. Pois, símbolos e nomes tratam das manifestações e operações através de figuras, representações e códigos que precisam ser decifrados, porque representam realidades intangíveis, porém genuínas.
· Segundo Pesavento (2005) figuras, símbolos, representações e códigos são formas integradoras da vida social, construídas pelos homens para manter a coesão do grupo e que propõe como representação do mundo. Portanto, normas, instituições, figuras, símbolos, discursos, imagens e ritos são representações que formam paralelamente realidades à existência dos indivíduos, o que fazem os homens viverem por elas e nelas. Por isso, os símbolos e nomes do Espírito Santo encontrados na Bíblia foram tentativas do homem traduzir a sua realidade no momento da experiência com o transcendente em algo da sua própria realidade cultural.
4.1. Símbolos do Espírito Santo
I. FOGO (Lucas 3:16); O fogo fala de Sua grande força em relação às diversas maneiras de Sua operação para corrigir os defeitos da nossa natureza decaída e conduzir-nos à perfeição que deve adornar os filhos de Deus.
a) O FOGO QUEIMA; é, portanto um símbolo da presença de Deus (Hebreus 12:29). Deus é chamado de “fogo consumidor”, e temos aqui uma referencia à manifestação da ardente santidade de Deus. (Êxodo 3:2);
b) O FOGO CONSUME; Consome o que é combustível – “madeira, palha e feno” (1 Coríntios 3:13-15). O Espírito Santo é contra tudo o que é falso e a tudo o que não é feito por amor e não visa glorificar a Deus;
c) O FOGO LIMPA; Somente o fogo pode tirar a escória de diferentes materiais. O fogo é, portanto símbolo do poder purificador do Espírito Santo. Aquilo que não pode ser refinado e expurgado pela santidade do Espírito Santo é destruído pelo fogo (Isaías 6:6-7 e Números 3:3-4);
d) O FOGO AMOLECE; Há materiais que se derretem em contato com o fogo como a acera por exemplo. O fogo do Espírito Santo derrete os corações endurecidos como ocorreu no dia de Pentecostes conforme Atos 2:37;
e) O FOGO ENDURECE; Praticamente, o mesmo fogo que amolece a cera endurece o barro. O ferreiro leva o aço ao fogo para amolecê-lo e para torná-lo mais duro. O Espírito Santo torna o crente mais brando, tornando-o mais forte, mais resistente;
f) O FOGO ESQUENTA; O Espírito Santo tal como o fogo torna a alma abrasada por uma ardente paixão e zelo por Deus e seu serviço;
g) O FOGO ILUMINA; Israel era guiado à noite por um “clarão de fogo” (Salmos 78:14). O Espírito Santo nos guia não de modo figurado, mas real. (Gálatas 5:18).
II. VENTO (Atos 2:2); Jesus falou do vento como símbolo do Espírito Santo. O vento é invisível, porém é real, mesmo não podendo tocar, nem compreender nós o sentimos. (João 3:8). A sua ação independe de determinação humana, assim também é o Espírito Santo. A mesma palavra “pneuma” que é usada em referencia ao Espírito Santo, também é traduzida por “vento”, “ar” ou “fôlego”. Deus soprou em Adão o fôlego da vida e ele tornou-se alma vivente. Cristo soprou sobre os seus discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo”. (João 20:22). O Espírito Santo era o Seu fôlego de vida e a ação do vento simboliza os benefícios proporcionados a nós pelo Espírito Santo.
a) ALIMENTAÇÃO; Três quartos da alimentação dos homens e dos animais vêm do ar - oxigênio. Também a vegetação depende da alimentação que provem do ar. Podemos viver alguns dias sem outros tipos de alimentos, mas sem o ar, apenas por alguns minutos. A grande lição é que sem o Espírito Santo não há vida espiritual! (Ezequiel 37:9, 10);
b) TRANSMISSÃO; Todo som é transmitido pelas ondas do ar e sem atmosfera seria impossível se ouvir alguma coisa. Pelo Espírito Santo o homem fala a Deus e Deus fala ao homem e é através do Espírito Santo que nossas orações são transmitidas a Deus (Romanos 8:26), e também a mensagem de Deus é transmitida aos pecadores (Lucas 4:18);
c) PODER; Como o vento forte e impetuoso, o Espírito Santo manifestou-se no cenáculo, onde os crentes primitivos estavam reunidos no dia do Pentecostes. Eles foram cheios de uma forte onde de poder sobrenatural e o medo do apóstolo Pedro deu lugar a intrepidez e a multidão foi dominada pelo poder do Espírito Santo, rendendo-se a Cristo o Salvador (Atos 2:2; 37-41);
d) REFRIGÉRIO; O vento movimenta e refresca os homens, amenizando o calor do sol. O Espírito Santo opera de forma idêntica movendo os crentes tanto coletiva como individualmente, trazendo o refrigerado senso da presença de Deus. O vento também alimenta o fogo o que simboliza uma ação simultânea do Espírito Santo. O vento é a atmosfera em movimento e tem caráter permanente, o que ensina que o Pentecostes deve continuar como um movimento até o dia do arrebatamento da Igreja do Senhor Jesus Cristo (Atos 2:1-4). Esta é à vontade de Deus!
III. AGUA, RIO, CHUVA (João 7:37-39); A respeito da água como símbolo do Espírito Santo, vamos observar os seguintes pontos:
a) ORIGEM; Cristo é a fonte (João 7:37-38). A chuva vem do céu (Isaías 55:10), o Espírito Santo foi enviado do céu (Atos 2:33);
b) PROPORÇÃO; A água é abundante e como dois terços do globo são construídos de água, considere a importância da proporção:
b.1. Água de um odre, insuficiente (João 7:37). Representa a acomodação de uma vida espiritual fraca e raquítica;
b.2. Água de um poço, limitada (João 4:6, 13). Embora as portas do céu estejam abertas, à proporção que recebemos depende da nossa disposição de buscar;
b.3. Água a jorrar, ilimitada (João 4:14). “Fonte a jorrar para a vida eterna”.
c) UTILIDADE; A água refresca e mata a sede (Salmos 42:2; 23:2). Estas ações são atribuídas propriamente ao Espírito Santo neste texto. A água faz brotar as árvores e a erva (Jó 14:9; Isaías 44:4), assim também o Espírito Santo renova e produz frutos em nossas vidas (Gálatas 5:22; Salmos 104:30). A água limpa (Hebreus 10:22), assim o Espírito Santo limpa ou lava (Tito 3:5). A água fertiliza e faz prosperar (Isaías 44:3). Estas utilidades são reais e representam as benções do Espírito Santo que temos experimentado e podem ser utilizadas por quantos quiserem buscar com fé. A água é indispensável à vida e representam o poder renovador, restaurador e refrigerador da presença de Deus através do Espírito Santo. Nada vive sem água assim também sem o Espírito Santo não há vida espiritual de maneira alguma.
IV. ÓLEO, AZEITE; Nas escrituras o óleo aparece como um símbolo do Espírito Santo (Zacarias 4:2-6). Era usado nas solenidades de unção e consagração de profetas, sacerdotes e reis (Êxodo 30:30; Levítico 8:12; 1 Samuel 10:1: 16:13; 1 Reis 13:16). O óleo é considerado símbolo do Espírito Santo, ele era usado no ritualismo do Antigo Testamento correspondendo a operação real do Espírito Santo na vida do crente na atual dispensarão. O óleo (Azeite) representa uma ação prática do Espírito Santo de Deus.
· Aplicação simbólica do Óleo (azeite):
1. Azeite na orelha (Levítico 14:17); Habilitação para ouvir a voz de Deus (Apocalipse 2:17);
2. Azeite na mão (Levítico 14:17); Habilitação para o trabalho de Deus (Zacarias 4:6);
3. Azeite no pé (Levítico 14:17); Habilitação para andar nos caminhos do Senhor (Gálatas 5:16);
4. Azeite no rosto (Salmos 104:15); Brilho de alegria espiritual (2 Corintios 3:18);
5. Azeite em outras vasilhas (2 Reis 4:4-6); Bênçãos para outras pessoas (Romanos 5:5);
6. Azeite nas feridas (Lucas 10:34); Símbolo de restauração pelo Espírito Santo (Lucas 4:18).
· Composição e uso especial do Óleo (azeite):
a) Era proibido fabricar outro óleo com a mesma composição (Êxodo 30:32,33), ninguém podia imitar o Espírito Santo;
b) Era proibido usara o óleo sagrado para fins particulares assim também o Espírito Santo não pode ser usado, mas, Ele usa os servos de Deus (Êxodo 30:32);
c) Além disso, o óleo era usado para alimentar, iluminar, lubrificar, curar as enfermidades, suavizar a pele etc. Da mesma maneira o Espírito Santo alimenta, ilumina, lubrifica, cura e suaviza a alma, glória a Deus pelo dom do Seu Espírito Santo.
V. SELO (Efésios 1:13 e 2 Timóteo 2:19); O selo é prova de propriedade legitimidade e autoridade, segurança ou preservação. O selo do cristão é o Espírito Santo e o selo tem relação com o batismo no Espírito Santo. Como Jesus foi batizado com o Espírito Santo nós igualmente precisamos ser também. Jesus foi batizado – selado – pela razão de Seus próprios méritos (Mateus 3:16) e nós somos selados pelos méritos de Jesus (1 Corintios 1:30 e Romanos 8:32).
VI. POMBA; O Espírito Santo desceu sobre os discípulos no cenáculo em forma de fogo – havia o que queimar. Sobre Jesus, veio em forma corpórea de uma pomba – símbolo de pureza e da inocência de Cristo. Vamos considerar um paralelo quando a pomba relata na Bíblia.
a) A pomba saiu da arca depois do juízo do sepultamento da terra nas águas e sua imersão (Gênesis 8:8-12). O Espírito Santo veio do céu sobre os discípulos depois do juízo que caiu sobre Jesus por causa dos nossos pecados. Seu sepultamento e ressurreição (Atos 2:14; Romanos 6:3-5);
b) A pomba saiu da arca (Gênesis 8:8). O Espírito Santo veio através da arca – Cristo (Lucas 24:29; Atos 2:33);
c) A pomba foi enviada três vezes e na terceira vez ficou (Gênesis 8:8,9: 10:11-12). O Espírito Santo foi enviado três vezes: a primeira sobre os profetas, a segunda sobre Jesus e a terceira no Pentecostes sobre a Igreja e veio para permanecer com ela (1 Pedro 1:10,11; Mateus 3:16; Atos 2:1-4; João 14:16-17). A pomba é uma ave limpa e era usada para sacrifícios (Lucas 2:24). Geralmente, se admite que este símbolo (a pomba) fala de gentileza, pureza e paciência. Não há dúvida de que estas virtudes são próprias do Espírito Santo e determinam a maneira como Ele age no crente para produzir estas qualidades dignas do céu.
4.2. Nomes do Espírito Santo
a) Nomes atribuídos ao Espírito Santo na Bíblia:
· Espírito, Ef 5: 18 e Mc 1: 10;
· Espírito Santo, At 2: 4;
· Espírito de vida, Rm 8: 2;
· Espírito de graça, Hb 10: 29;
· Espírito de adoção, Rm 8: 15;
· Espírito da glória de Deus, 1Pe 4: 14;
· Espírito de inteligência, Is 11: 2;
· Espírito de santidade, Rm 1: 4;
· Espírito Santo da promessa, Ef 1: 13;
· Espírito de Jesus, At 16: 7;
· Espírito de Deus ou Yaweh/Jeová? Gn 1: 2;
· Espírito do nosso Deus, 1Co 6: 11
· Espírito Eterno, Hb 9: 14;
· Espírito de vosso Pai, Mt 10: 20;
· Consolador, Jo 14: 16 e 15: 26;
· Espírito de Verdade, Jo 16; 13;
· Espírito de Jesus Cristo, Fp 1: 19;
· Espírito do Senhor, Jz 14: 6 e Lc 4: 18;
· Espírito de Sabedoria, Is 11: 2;
· Bom Espírito, Sl 143: 10.
CAPÍTULO 5: A AÇÃO PANORÂMICA DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO (ROSA, 2008)
5.1.No Antigo Testamento:
Embora muitos achem que o Espírito Santo tenha começado a agir apenas depois da ascensão de Jesus, na verdade ele sempre atuou de forma poderosa em toda a história bíblica, inclusive nos dias do Antigo Testamento.
a) No período da criação: quando a Bíblia diz que no princípio criou Deus os céus e a terra, não quer dizer que neste ato agiu apenas uma das pessoas da divindade. Pai, Filho e Espírito estavam envolvidos na obra da criação. Em Cl. 1: 16 vemos que todas as coisas foram criadas em Jesus, “por meio dele e para ele”. O próprio Jó reconhece que o Espírito de Deus dá vida (33: 4). “O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1: 2) e disse “façamos o homem...” (Gn. 1:26) uma real afirmação de plural. A palavra criar aparece três vezes no primeiro capítulo de Gênesis, vv. 1, 21 e 27 do verbo “Barah” em hebraico com a ação do Pai, a pessoa do Espírito Santo está sempre presente na criação;
b) Deus, o Filho - O Evangelista João (1: 1-4), falando sobre a criação, diz que o Deus Filho estava com o Deus Pai na criação do mundo;
c) Deus, o Espírito - De acordo com o texto de Gênesis 1: 2, a terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Aqui está a ação do Espírito na criação. “Com o sopro de sua boca Deus estabeleceu tudo” (Sl. 33: 6). Na sua profunda sabedoria, Jó afirmou: “Pelo seu sopro os céus se aclararam”, 26: 13;
d) Gênesis 1: 2 afirma: “E o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”. Este texto indica a atuação do Espírito do Senhor na criação do universo. A expressão “pairava sobre a face das águas” poderia ser literalmente traduzida “continuava cobrindo-a”, como faz a ave ao chocar seus ovos. O Espírito traz ordem onde há o vazio, abrindo caminho para a poderosa atuação do Deus Criador. Vemos então que no início Ele estava ao lado de Deus Pai e de Cristo, (Jó 26: 13; Jo 1: 1-3).
e) No período antediluviano: primeiro houve a criação do universo e dos seres viventes. Só depois Deus criou o homem à sua imagem e semelhança Gn.1: 26. Mais tarde Ele deu ao homem uma auxiliadora, Gn. 2: 22. Deus os colocou no Jardim do Éden, dando-lhes uma ordem que deveria ser obedecida, Gn. 2: 16-17. Vencidos pelo golpe do diabo, Adão e Eva desobedeceram a Deus e foram expulsos do Jardim, Gn. 3: 23. A raça humana se multiplica a cada dia, e com isso também a maldade do seu coração, Gn. 6: 5. Então Deus se arrepende de ter criado o homem e decide consumi-lo da face da terra, enviando sobre ela um dilúvio, Gn. 6: 7 e 17. O espaço de tempo entre a criação e o dilúvio é chamado de período antediluviano. Nesse período, vemos claramente o Espírito agindo para que o plano de Deus se realizasse da seguinte forma:
· Avisando, Gn 6: 13 - A palavra “Deus” neste versículo, no original hebraico, está no plural (Elohim). Isso mostra que a Trindade estava presente quando Deus avisava Noé sobre o dilúvio;
· Contendendo, Gn 6: 3 - Aqui está uma referência ao ministério do Espírito Santo no Antigo Testamento semelhante ao que Ele realiza no Novo. A geração daqueles dias estava pervertida, e somente Noé e sua família permaneciam fiéis a Deus. O Espírito Santo continuou agindo nos corações durante 120 anos, e só então Deus pronunciou a sentença de destruição de toda a raça humana;
· Orientando, Gn 6: 13-22 - Novamente a pessoa do Espírito está presente na forma hebraica Elohim, orientando Noé na construção da arca.
d) No período pós-diluviano: este período vai desde o dilúvio até a descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste, At 2: 2. O Espírito continuou operando ativamente, habilitando temporariamente os servos de Deus na execução de algumas tarefas importantes. Vejamos alguns exemplos:
· José, Gn 41: 38 - Somente pela habilitação do Espírito de Deus José pôde interpretar os sonhos de Faraó e chegar à posição privilegiada de governador do Egito;
· Moisés e os 70 anciãos, Nm 11: 17-25 - Ele foi o homem mais manso (humilde) de sua época, Ex. 12: 3. Isto nos ensina que o Espírito de Deus habitava sua vida e lhe concedia esta virtude que é tão importante para nós (Gl 5: 23). O Espírito também repousou sobre os 70 anciãos;
· Sansão, Jz 14: 6 - A presença do Espírito do Senhor na vida de Sansão fez com que ele realizasse grandes prodígios, Jz. 14: 19 e 15: 14. O Espírito Santo concede poder, At 1: 8;
· Saul e Davi, 1Sm. 16: 13,14 - Deus confirmou o chamado de Davi para assumir o reinado no lugar de Saul, não somente pela unção recebida de Samuel, mas pela habitação do Espírito em sua vida. Percebe-se no verso 14 que o Espírito se retirou de Saul depois que ele insistiu em desobedecer a Deus;
· Os profetas, 2Pe 1: 21. Foram homens que falaram inspirados pelo Espírito do Senhor. É o caso de Natã, 2Sm 12: 1, Elias e Eliseu, 1Rs 17: 1, 2, 2Rs 2: 15, Jaaziel, 2Cr 20: 14, etc. Ezequiel, pelo Espírito do Senhor, teve a visão do vale dos ossos, cap. 37, que fala com tanta clareza sobre a ação do Espírito na renovação de vidas.
e) A soberania do Espírito no Antigo Testamento: como pessoa da divindade, o Espírito tem os atributos de Deus. Ele é onipresente. O salmista, como que num grande espanto, exclama: “Para onde fugirei do teu Espírito?” (Sl. 139: 7). Além disso, Ele também é soberano, agindo como quer e quando quer: “Quem guiou o Espírito do Senhor?”, (Is 44: 13).
5.2.No Novo Testamento:
A atuação do Espírito Santo no Novo Testamento marca uma nova atuação de Deus para com o homem. Agora não só judeus, mas também não-judeus o conhecerão e o receberão.
a) A obra do Espírito na vida de Cristo: Em seu Nascimento Virginal
O Espírito Santo realizou a concepção no útero de Maria (Lc. 1.35). Em Sua Vida, Cristo foi ungido pelo Espírito (Lc. 4.18; At 10.38). Essa unção ocorreu em Seu batismo, mas não é idêntica ao batismo (Jo. 1.32). Essa unção significa capacitação para o serviço. Enquanto o batismo é o símbolo do novo nascimento. Cristo foi cheio do Espírito (Lc. 4.1). Cristo foi selado com o Espírito (Jo. 6.27). Cristo foi guiado pelo Espírito (Lc. 4.1). Cristo foi capacitado pelo Espírito (Mt. 12.28).
O Espírito Santo realizou a concepção no útero de Maria (Lc. 1.35). Em Sua Vida, Cristo foi ungido pelo Espírito (Lc. 4.18; At 10.38). Essa unção ocorreu em Seu batismo, mas não é idêntica ao batismo (Jo. 1.32). Essa unção significa capacitação para o serviço. Enquanto o batismo é o símbolo do novo nascimento. Cristo foi cheio do Espírito (Lc. 4.1). Cristo foi selado com o Espírito (Jo. 6.27). Cristo foi guiado pelo Espírito (Lc. 4.1). Cristo foi capacitado pelo Espírito (Mt. 12.28).
b) A obra do Espírito em Sua Morte: Ele foi vivificado pelo Espírito Santo, esta vida passou para os que Nele crerem (Cf. Hb. 9.14; Rm. 1.4);
c) A obra do Espírito Santo em Sua Ressurreição: Cristo o justo padeceu pelos injustos; nós, Nele o Espírito Santo nos leva até Deus(1Pe. 3.18).
5.3.A obra do Espírito Santo na salvação;
a) Convencimento (Jo. 16.8-11). Definição: Convencer (Jo. 16.8) significa esclarecer a verdade do evangelho perante a pessoa não salva, de modo que seja reconhecida como verdade, quer a pessoa receba ou não a Cristo como seu Salvador. Detalhes do pecado. O estado pecaminoso do homem se deve à sua incredulidade. A Justiça o homem é convencido da justiça de Cristo porque Ele ressurgiu e ascendeu à direita do Pai. Do juízo o Espírito convence sobre o juízo vindouro porque Satanás (o maior inimigo) já foi julgado.
b) Regeneração (Tt. 3.5): é o ato divino de geração espiritual, pelo qual Ele comunica vida eterna e nova natureza. É a obra de Deus, particularmente do Espírito Santo (Jo. 3.3-7; Tt 3.5). A fé é o requisito humano em presença do qual o Espírito regenera, e a Palavra de Deus fornece o conteúdo cognitivo da fé. Suas Conseqüências são uma nova natureza (2Co. 5.17) e uma nova vida ( 1Jo 2.29).
5.4.Maiores esclarecimentos sobre o Espírito Santo consultar Rosa ( 2008) nas páginas 67 à 110.
Professor Nilton Carvalho é Historiador, Especialista em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Teólogo e mestrando em Ciências da Religião.
ndc30@hotmail.com; http://www.palavradevidaemcristo.blogspot.com/ http://historiaeculturandc.blogspot.com/ http://educabrasilculturaehistoria.blogspot.com/
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INSTITUTO, apologético Cristo Salva, disponível em: http://iacs33.blogspot.com/2008/07/dessa-forma-que-uma-das-pginas-do-site.html; acesso em 11/05/2011).
JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
PESAVENTO, Sandra Jatay. História e História Cultural. 2.ed. Belo Horizonte; Autêntica, 2005.
PLENITUDE, Bíblia de Estudo. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001.
REYMOND, Robert L. A New Systematic Theology of the Christian Faith. Nashville: Thomas Nelson Publishers: USA, 1998.
ROSA, Isaías. Teologia Sistemática – O estudo das Doutrinas Bíblicas. Pindamonhangaba – SP. IBAD, 2008.
RYRIE, Charles C., A Bíblia Anotada: edição expandida. Ed. Revista e expandida, São Paulo – SP: Mundo Cristão; Barueri, SP; Sociedade Bíblica do Brasil, 2007.
[1] Senso Comum: na escolástica e na filosofia cartesiana é o órgão central que unifica as expressões oriundas dos diferentes sentidos, constituindo a unidade dos dados sensoriais e, portanto, do objeto. No pensamento moderno é o conjunto de opiniões e valores daquilo que é coerente e aceito em uma sociedade. Numa visão não cientificista é o conjunto de conceitos populares sem embasamento cientifico, portanto, aquilo que o indivíduo acha que seja; aquilo que alguém sem nenhuma pesquisa ensina como verdade. Neste caso especifico o senso comum da teologia é aquilo que o crente imagina ser, sem ter embasamento teológico e, sem nenhuma pesquisa previamente feita (JAPIASSÚ, 2006; com adaptações do professor).
[2] Místico: (do grego μυστικός, transl. mystikos, um iniciado em uma religião de mistérios) é a busca da comunhão com a identidade, com, consciente ou consciência de uma derradeira realidade, divindade, verdade espiritual, ou Deus através da experiência direta ou intuitiva. "O místico é aquele que aspira a uma união pessoal ou a unidade com o Absoluto, que ele pode chamar de Deus, Cósmico, Mente Universal, Ser Supremo, etc. (Lewis, Ralph M). A palavra "místico" era empregada pela primeira vez no Mundo Ocidental, nos escritos atribuídos a Dionysius, o Aeropagite, que apareceu no final do século V. Dionysius empregou a palavra para expressar um tipo de "Teologia", mais do que uma experiência. Para ele e para muitos intérpretes, desde então, o misticismo se baseava em uma teoria ou sistema religioso que concebe Deus como absolutamente transcendente, além da Razão, do pensamento, do intelecto e de todos os processos mentais. A palavra, desde então, tem sido usada para os tipos de "conhecimento" esotérico e teosófico, não suscetíveis de verificação. A essência do misticismo é a experiência da comunicação direta com Deus. No sentido em que Rosa (2008) coloca, místico significa algo mágico, misterioso, oculto, que exerce fascínio, e leva ao misticismo (JAPIASSÚ, 2006; com adaptações do professor).
[3] Fenomenológico: de Fenomenologia (do grego phainesthai, aquilo que se apresenta ou que se mostra, e logos, explicação, estudo). Afirma a importância dos fenômenos da consciência os quais devem ser estudados em si mesmos – tudo que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a esses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua "significação". Os objetos da Fenomenologia são dados absolutos apreendidos em intuição pura, com o propósito de descobrir estruturas essenciais dos atos (noesis) e as entidades objetivas que correspondem a elas (noema), isso numa perspectiva filosófica e cientifica. Na visão de Rosa (2008) é uma pura descrição do que se mostra por si mesmo; não pressupõe nada é algo pouco seguro e, em ultima estância, uma ilusão daquilo que parece ser (JAPIASSÚ, 2006; com adaptações do professor).
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[4] Vó Rosa: Definição - Santa Vó Rosa, o Espírito Consolador da Promessa de Jesus Cristo (São João, 14/17). A Santa Vó Rosa nasceu para ser útil a Deus, porque há muito tempo era esperado nos Céus, o surgimento de um provável predestinado a ser o Outro Consolador, que daria cumprimento à promessa de Jesus, conforme o Apóstolo São João registrou em seu livro. Igreja fundada em 1954, resultado de uma divisão de uma igreja evangélica liderada pelo casal Eurico Mattos Coutinho e Odete Correa Coutinho, e a Vó Rosa, uma visionária do grupo. Em 1970, a Vó Rosa faleceu vítima de um atropelamento, na cidade de Poá, São Paulo. Esperando a ressurreição desta senhora por sete dias, entenderam que a Vó Rosa havia se tornado o Espírito Consolador prometido por Jesus. Para eles, então, ela não havia morrido! Depois disso, ela recebe um novo nome: “Testemunha do Poder de Deus”. Após sua morte, seu sobrinho Aldo Bertoni a sucede e afirma receber mensagens da Vó Rosa. O grupo usa a Bíblia e três livros para eles especiais: O Evangelho do Reino dos Céus, O Espírito Santo de Deus e o Consolador, e O Consolador nos Tempos do Fim (Fonte: Instituto apologético Cristo Salva, disponível em: http://iacs33.blogspot.com/2008/07/dessa-forma-que-uma-das-pginas-do-site.html; acesso em 11/05/2011).
[5] Deidade: divindade, deus ou deusa, pessoa ou coisa a quem se admira e venera. Noção mais ampla que a de Deus, designando tudo àquilo que é superior ao homem, seja pessoal ou impessoal. Nas religiões monoteístas é a qualidade da essência metafísica de Deus. Em termos mais filosóficos; Deidade é o conjunto de forças ou intenções que materializam a divindade. A deidade é a fonte de tudo aquilo que é divino. A deidade é característica e invariavelmente divina, mas nem tudo o que é divino é deidade necessariamente, ainda que esteja coordenado com a deidade e tenha a tendência de estar, em alguma fase, em unidade com a deidade – espiritual, mental ou pessoalmente. No nosso caso específico Rosa (2008) está afirmando que o Espírito Santo é Deus (JAPIASSÚ, 2006; ROSA 2008, com adaptações do professor).
[6] Atanásio: defendia que conjuntamente com o Espírito Santo, o Pai e o Filho formam o Ser Divino que chamamos de Deus Triuno, de onde surgiu a doutrina da Triunidade, popularmente conhecida como Trindade. A Trindade é conhecida como o Credo de Atanásio, subscrito pelos três principais ramos da Igreja Cristã. Ele, Atanásio, era Bispo de Alexandria (século IV), mas estudiosos do assunto conferem a ele data posterior (século V). Contudo, sua crença final teria sido reconhecida apenas no século VIII. O texto grego mais antigo deste credo provém de um sermão de Cesário, no início do século VI. O credo de Atanásio, com quarenta artigos, é um tanto longo, mas é considerado “um majestoso e único monumento da fé imutável” de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas de um único Cristo. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus. A Igreja Católica estudou este mistério com grande cuidado e, depois de quatro séculos de esclarecimentos, decidiu declarar a doutrina do seguinte modo: na unidade da Deidade há três Pessoas, O Pai, O Filho e o Espírito Santo, portanto, o "Credo de Atanásio", ou seja, da “Trindade” é aceito como verdade pela Igreja Católica e pela maioria das Igrejas protestantes (Nota do Professor).
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