Unidade II: Romanos, Primeira e Segunda Epístolas de Paulo aos Coríntios.
Professor, Especialista Nilton Carvalho.
Professor Nilton Carvalho é Historiador, Especialista em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Teólogo e mestrando em Ciências da Religião. ndc30@hotmail.com; http://www.palavradevidaemcristo.blogspot.com/;http://historiaeculturandc.blogspot.com/;twitter@profnilton07
PARTE I: EPÍSTOLA AOS ROMANOS
1.1.IMPORTÂNCIA DA CARTA:
Segundo Hale (2001), a Carta aos Romanos representa a síntese mais elaborada da teologia paulina, ela resume o pensamento da fé cristã mesmo faltando à eclesiologia[1]. É a mais fundamental, vital, lógica, profunda e sistemática apresentação do propósito de Deus na salvação, pois em romanos, Paulo apresenta o primeiro homem: Adão (o que caiu) e todas as consequências subsequentes a essa queda, mas também, apresenta o único homem (Jesus) capaz de salvar a humanidade. Faz uma dialética[2] entre Lei e Graça, queda e redenção o que em resumo pode-se apresentar assim:
- A justiça de Deus
- O pecado
- A morte de Cristo
- A justificação pela fé
1.2.A IGREJA DE ROMA E SUA FUNDAÇÃO SEGUNDO HALE (2001):
1.2.1 INFORMAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS.
a) Localização – Roma está localizada no continente europeu, na região central da península Apenina ou Itálica, que hoje corresponde ao território italiano. Nos primórdios da história romana, não existia um país chamado Itália. A península era ocupada por várias cidades-estados independentes;
b) Fundação – A cidade foi fundada em 753 a.C. às margens do rio Tibre, sobre 7 colinas. Sua origem está envolta em lendas. A principal está relacionada às figuras dos irmãos Rômulo e Remo, os quais teriam sido amamentados por uma loba. Outra versão nos informa que naquela região foi montado um posto militar dos povos do norte com o objetivo de resistir às invasões dos povos do sul, principalmente dos etrusco-latinos. Esse posto teria dado origem à cidade de Roma. Pelos cálculos do historiador romano Marcos Terêncio Varro (116 a.C. - 27 a.C.), levando em conta a lenda de Rômulo e Remo e a mitologia grega, 753 a.C. foi o ano da fundação de Roma. Alguns arqueólogos estimam, porém, que a cidade foi fundada no ano 600 a.C. Não se descarta também a hipótese de que Roma resultou da fusão de pequenos povoados latinos e sabinos do Palatino numa comunidade urbana (NUNES, 1999);
c) Formação da população – os povos sabinos e os etrusco-latinos participaram da formação inicial da população romana. Posteriormente, outras etnias se introduziram no processo (HALE, 2001);
d) Império Romano (27 a. C., a 476 d.C) – Antes Roma passa por dois períodos políticos: a monarquia (da fundação até 509 a.C.) e a República (509 a.C., a 27 a. C.). Tendo formado um poderoso exército, Roma conquistou toda a península itálica, a Espanha, Portugal, Sicília, e todas as nações em volta do Mar Mediterrâneo. Forma-se então o Império Romano. Roma se torna a "capital do mundo", dominando sobre povos de diversas nacionalidades, línguas, religiões e costumes (NUNES, 1999);
e) Contexto e fundação da Igreja em Roma: A presença dos judeus em Roma deriva da diáspora judaica[3] que teve inicio no séc. VIII antes de Cristo; quer por deportações, quer por imigração voluntária, o que espalhou o povo judeu pela Ásia e pelo mediterrâneo, chegando assim aos grandes centros culturais que se foram constituindo até a época Neo Testamentária, onde se incluem os centros culturais da época helenística[4] que exerciam uma grande atração cultural. Neste sentido é possível encontrar colônias judias fortes em Antioquia, Alexandria e Roma. Contudo, Hale (2001) defende que havia à época do nascimento do cristianismo uma comunidade judaica de cerca de 40.000 judeus em Roma, muitos devotos que vinham a Jerusalém principalmente para a Páscoa[5] e para o Pentecostes[6] que acontecia 50 dias após a Páscoa. A comunidade judaica de Roma à época da morte e ressurreição de Cristo habitava a região de Trastévere e possuíam mais de 10 sinagogas. Os judeus sofreram medidas restritivas por parte dos romanos e sua religião era chamada “superstitio bárbara” (superstição bárbara). É no interior dessa comunidade judaica que se encontra a origem da igreja em Roma. Provavelmente os primeiros a levarem as Boas-Novas até Roma foram os peregrinos judeus, prosélitos que presenciaram o acontecimento de Pentecostes em Jerusalém no ano 33 d.C., convertendo-se com o sermão de Pedro (At 2:14-41). Então, os judeus que foram a Jerusalém para as festas judaicas conheceram o Evangelho e foram batizados com o Espírito Santo no dia de Pentecostes voltaram para Roma levando a nova fé, mas também, aqueles das regiões de Antioquia e Alexandria foram responsáveis pelo cristianismo em Roma (GUNDRY 1999, HALE 2001).
Os cristãos em Roma eram de início uma igreja judaica quanto ao seu caráter, se restringindo aos judeus. Reuniam-se durante a semana de casa em casa, o movimento foi crescendo e agregando gentios, o que gerou conflitos entre crentes judeus, crentes gentios e judeus não cristãos. Por isso, em 56 d.C., Paulo escreve sua carta aos Romanos agora uma congregação, mormente gentílica e de minoria judaica.
f) Autor ocasião e propósito: segundo Hale (2001), esta é a primeira carta de Paulo a uma Igreja que não fundou, foi escrita por volta de 56 d.C., teve como amanuense[7] Tércio seu colaborador em Corinto local onde fora escrita. Paulo desejava ir à Roma para ajudar os cristãos de lá, contudo devido ter coletado uma ajuda financeira na Macedônia e Acaia para os pobres de Jerusalém, deveria voltar àquela cidade. Temendo alguma hostilidade em Jerusalém escreve aos crentes de Roma preparando-os para um encontro futuro. Paulo tem que ir a Jerusalém, antes de ir a Roma e ser enviado depois à Espanha também, assim ele prepara os cristãos romanos para uma visita futura esclarecendo seus pontos de vista em relação à fé (GUNDRY 1999, HALE 2001).
Outro contexto importante escreve Suetonio[8] na “Vida de Cláudio”: ‘Judaeos assidue tumultuantes impulsore Chresto Roma expulit’ (judeus assíduos criam tumultos por causa de Chresto e Roma os expulsa). Sem dúvida esse “Chresto” era de fato Cristo que se tornara o centro da discórdia nas sinagogas de Roma, obrigando o imperador Cláudio a decretar a expulsão dos judeus de Roma. Isso ocorreu no ano 49 d. C., Priscila e Áquila que nessa ocasião tiveram que abandonar Roma, foram para Corinto onde se encontraram com Paulo (At. 18:1-3). Assim, a comunidade cristã que era composta de judeus e gentios convertidos a Cristo, com a expulsão dos judeus, tornou-se uma comunidade de cristãos provenientes dos pagãos.
A proibição de reunir-se nas sinagogas obrigou-os a procurar as casas dos cristãos. Essa separação da sinagoga não foi somente local, mas deu origem a muitas comunidades domésticas compostas somente de gentio-cristãos. Mais tarde, quando Nero revogou o édito de Cláudio, muitos judeu-cristãos voltaram a Roma. Mas encontraram uma comunidade cristã nova, emancipada dos laços com o judaísmo e muito numerosa. A convivência entre os dois grupos nem sempre foi pacífica. Quando Paulo escreveu essa carta, a comunidade na sua maioria era formada de pagão-cristãos (Rm 1:5-6-13; 11:11-13; 15:16). Basta ver a relação dos nomes que aparecem no final da Carta. Muitos deles não são nomes judeus.
Era uma comunidade marcada por divisões (Rm 14:15). Alguns autores pensam que essa comunidade não possuía a estrutura de Igreja antes da chegada de Paulo, daí a omissão da expressão “Igreja” no endereço da carta. Sem dúvida, o fortalecimento da fé cristã em Roma foi obra de Pedro e Paulo. É difícil precisar o ano da chegada de Pedro em Roma que teve por lá para acalmar os elementos judaizantes em relação aos gentios. É certo também que Pedro não estava em Roma quando Paulo ali esteve pela primeira vez (61-63 d.C.), contudo, é aceito que Pedro foi a Roma pouco antes da morte de Paulo em 68 d.C. (HALE, 2001). Os dois Apóstolos foram martirizados em Roma: Pedro no ano de 64/70 d. C., (crucificado de cabeça para baixo no Circo de Nero por seu próprio pedido, por não se sentir de valor suficiente para morrer da mesma forma que o seu Senhor havia morrido) e Paulo no ano de 68 d. C. (Feito prisioneiro em Roma, foi acusado de crimes de falta de lealdade a Roma, e uma vez que era cidadão romano, foi executado por decapitação na Via Ostiense e não por crucificação). Foi à comunidade que mais sofreu com a perseguição, principalmente a de Nero;
g) Sob o aspecto histórico, Romanos ocupa uma grande importância por que:
- Santo Agostinho[9] teve um último impulso à conversão lendo a Carta aos Romanos;
- Foi o ponto de partida da Reforma Protestante: Lutero escreveu seu “Comentário aos Romanos”, em 1515 d.C., e aí se encontram suas idéias sobre a justificação;
- Calvino, no seu livro Christianae religionis institutio (A Instituição da Religião Cristã) fundamenta sua doutrina da predestinação na Carta aos Romanos (1539);
- O Concílio de Trento fundamenta-se em Romanos a doutrina da justificação e do pecado original;
- Em 1918, Karl Bart[10] iniciou o novo movimento protestante tendo como ponto de partida o “Comentário à Carta aos Romano
h) Objetivo da Carta aos Romanos:
Contrariamente segundo Gundry (1999), a quanto se afirmou por muito tempo, a Carta aos Romanos não é um tratado teológico, mas é sim um texto pastoral, como todas as Cartas de Paulo. Nasceu por sua paixão, pela evangelização entre os pagãos. Seu objeto é orientar os crentes de Roma. Paulo afirma ser “ministro de Jesus Cristo” (15:16), além disso, é a Carta de Paulo que mais cita nomes de pessoas (11 mulheres e 18 homens). Portanto, Paulo devia não somente saber o nome das pessoas, mas suas alegrias e suas tristezas; suas riquezas e seus problemas. Alguns indícios da carta nos permitem essa afirmação:
- 16,1: Paulo recomenda aos romanos, a diaconisa da Igreja de Cencréia, Febe. Alguns autores pensam que Febe seria a portadora da carta;
- 16,23: Paulo envia saudações da parte de Gaio “que hospeda a mim e a toda a Igreja”. É natural identificar esse personagem com o Gaio que o Apóstolo batizou em Corinto (1Cor 1,14);
- 16,23: Também “Erastro, administrador da cidade” envia saudações aos romanos. Sem dúvida é o mesmo Erastro que permaneceu em Corinto conforme 2Tm 4,20.
Em suma o objeto de Paulo segundo Hale (2001) e Gundry (1999) é esclarecer os pontos iniciais citados acima:
v A justiça de Deus
A graça apresentada através de Cristo poderia ser interpretada por alguns como liberação geral em relação às exigências divinas. Entretanto, contra essa idéia estão as considerações paulinas acerca da justiça divina. O amor de Deus não invalida sua justiça nem a diminui. É interessante a seguinte questão. Sendo Deus onipotente, porque ele não poderia salvar a humanidade sem que Cristo morresse? Porque ele simplesmente não decretou o perdão dos pecadores pela autoridade da sua palavra? A resposta a essa questão é a justiça de Deus. Segundo esse princípio, o pecado não pode ficar impune. Alguém teria que pagar a pena. Aí entrou a obra de Cristo na cruz.
v O Pecado
O Antigo testamento não entrou muito fundo na questão do pecado. Dentro daquele contexto, o pecado era a transgressão da lei. Em Romanos, porém, temos uma exposição profunda acerca do pecado. Paulo apresenta a origem do pecado em Adão. O pecado é apresentado como um princípio transgressor que rege as ações malignas do ser humano. Essas ações denominam-se pecados, que são manifestações daquele princípio.
v A morte de Cristo
Paulo não só fala a respeito do pecado, como também mostra o antídoto. A morte de Cristo é apresentada como a solução divina para o problema do pecado humano. Tal solução é abordada até seu alcance mais profundo: "O pecado não terá domínio sobre vós." A morte de Cristo, segundo a epístola aos Romanos, não foi apenas um ato em nosso favor, mas um fato que nos envolve. Nós morremos juntamente com Cristo, fomos sepultados com ele e também ressuscitamos dentre os mortos. Tal participação na morte de Cristo nos leva a viver em novidade de vida, além de termos sidos perdoados por Cristo.
v A justificação pela fé
Como podemos nos ver participantes da morte de Cristo e de sua ressurreição? Como podemos usufruir dos efeitos da cruz? Através da fé. Em Romanos, Paulo exalta o significado da fé e a coloca como condição essencial para a salvação. As obras da lei são colocadas em segundo plano. Até a experiência de Abraão é evocada como exemplo de imputação de justiça por meio da fé e não das obras.
i) Estrutura e conteúdo:
I - SAUDAÇÃO E AÇÃO DE GRAÇAS (1,1-15);
- O EVANGELHO É A FORÇA DE DEUS QUE SALVA (1,16–8,39);
- Tema geral: a justiça de Deus (1,16-17);
- A ira de Deus (1,18–3,20);
- A salvação vem pela fé (3,21–4,25);
- Viver de modo novo (5,1–8,39);
II - DEUS E ISRAEL (9,1–11,36);
III - A VIDA CRISTÃ (12,1–15,13);
IV - CONCLUSÃO E DOXOLOGIA (15,14–16,27).
PARTE II: EPÍSTOLAS AOS CORÍTIOS
2.1. A cidade de Corinto (GUNDRY 1999, HALE 2001)
A fundação da antiga cidade de Corinto perde-se no tempo, calcula-se que foi em torno a mil anos antes de Cristo, contudo conforme Hale (2001), os romanos a destruíram em 146 a. C., e a reconstruíram na gestão de César em 44 a. C. Era uma cidade famosa por seus vasos pintados e bronze trabalhado; um importante centro marítimo e comercial. Corinto estava situada a 8 km do istmo que une o Peloponeso ao continente tendo 16 km de comprimento e 6 km de largura. Era formada por duas partes; a cidade alta ou Acrópole e a cidade baixa. Era habitada apenas por soldados e por pessoas que trabalhavam nos templos ali construídos, tais como o da deusa Fortuna, do Sol, de Ísis e Osíris e, sobretudo, o grande templo de “Afrodite Pândemos”, ou “Vênus de todo o povo”. A cidade baixa era a parte habitada pelos civis. Estava situada entre dois portos: O porto de Lecaion ou Laqueu, a oeste, no golfo de Corinto, que recebia os navios vindos da Itália, Espanha e norte da África. E o porto de Cencre ou Cencréia, a leste, a 10 km ao oriente, no Golfo Saronico, em direção de Atenas no mar Egeu.
Os impostos e as taxas eram uma preciosa fonte de riquezas; o comércio prosperava e Corinto tornou-se uma cidade rica e célebre. Era a terceira cidade do Império, depois de Roma e Alexandria. Por isso, no ano 27 a.C., foi elevada à categoria de capital da Província Senatorial da Acaia, suplantando sua rival Atenas. Nela morava o procônsul romano.
Corinto era dominada pelo templo de Afrodite Pândemos, situado na Acrocorinto com suas mil sacerdotisas (hieródulas), ou prostitutas sagradas. Os historiadores não estão de acordo sobre a natureza das cerimônias realizadas neste templo. Para uns a prostituição sagrada era uma prática constante. Para outros, acontecia apenas nas grandes festas da deusa. Além do culto de Afrodite, Corinto abrigava uma multidão de deuses e cultos: Ísis e Osíres, Cibele da Frígia, Esculápio – deus da medicina, Posseidon ou Netuno – deus do mar, cujo templo estava situado no istmo (GUNDRY 1999).
Todos os anos eram celebrados os ‘jogos ístmicos’ em honra de Posseidon. Havia, ainda, o culto do imperador. Na época de São Paulo, Corinto contava com aproximadamente 500 mil habitantes (600 mil segundo Hale, 2001), dos quais 2/3 eram escravos (segundo Hale 2001, cerca de 140.000). Outros estudiosos afirmam que eram em torno a 250 mil pessoas. Temos dificuldade em saber exatamente, pelo fato que os escravos não eram contados.
Cícero chamou Corinto de “Farol de toda a Grécia”. Mas a cidade não gozava de boa fama. Os antigos escritores, diziam que nela dominavam a riqueza e a luxúria. Os atenienses difamavam sua imagem por causa de sua licenciosidade e corrupção moral. Inclusive formaram-se expressões com seu nome, como: “menina coríntia” para dizer prostituta; “viver à moda coríntia” indicava um modo dissoluto de viver.
Ali viveu também uma importante colônia de judeus que provavelmente habitavam na região do porto de Lecaion. Foi entre eles que Paulo começou a evangelização de Corinto.
a) A evangelização e a igreja de Corinto (GUNDRY 1999, HALE 2001)
Paulo chegou a Corinto pelos anos 50/51, vindo de Atenas (At 17:32) em sua segunda viagem missionária. Dois acontecimentos nos permitem datar com certa precisão a permanência de Paulo na cidade:
- At 18,2: diz que chegando a Corinto, Paulo foi morar com Áquila e Priscila, “chegados a pouco tempo da Itália” depois do decreto do imperador Cláudio em 49 d.C., que expulsou de Roma todos os judeus. Esse edito de Cláudio foi emanado no 12º ano de seu governo.
- At 18,12-17: narra o comparecimento de Paulo diante do procônsul da Acaia, Galião que era irmão de Sêneca. Ora, pode-se determinar com precisão o governo de Galião em Corinto, entre a primavera de 51 e 52 dC. Portanto, Paulo esteve em Corinto do final do ano 50 até a primavera de 52. Ao chegar à cidade, Paulo foi morar com Áquila e Priscila (At 18 :2), negociantes de tecidos que mantinham comércio em Corinto e Éfeso. Paulo começou a trabalhar com eles, fabricando o cilício – um grosso tecido de pele de cabras. Não se sabe se Áquila e Priscila já eram cristãos ou foram convertidos por Paulo.
- Conforme seu costume, Paulo trabalhava toda a semana e aos sábados pregava na sinagoga. Somente após a chegada de Silas e Timóteo de Tessalônica, trazendo ajuda financeira, sobretudo dos filipenses (2Cor 11:9; Fl 4:15-16), é que Paulo dedicou-se inteiramente à evangelização. Suas pregações na sinagoga surtiram algum efeito. Alguns judeus se converteram entre eles o chefe da sinagoga chamado Crispo (At 18:8). Porém, diante da resistência dos judeus, Paulo abandonou a sinagoga e passou a pregar na casa de certo Tício Justo (Titus Justus), talvez um prosélito de origem latina, cuja casa estava ao lado da sinagoga (At 18:7).
- Logo surgiu uma comunidade cristã, formada em sua grande maioria por gregos convertidos e alguns judeus, eram pessoas muito humildes (1Cor 1:26-29; 12:2). Paulo permaneceu em Corinto 18 meses. E nesse espaço de tempo evangelizou também a região circunvizinha, assim que na carta de 2ª Coríntios se fala das Igrejas da Acaia. Foi, também, durante essa sua estadia em Corinto, que Paulo escreveu as duas cartas aos Tessalonicenses. O êxito da evangelização de Paulo moveu os judeus a acusá-lo no tribunal do procônsul Galião (At 18:12). Talvez a acusação fosse de pregar uma religião ilícita (religio ilícita), “um culto contrário à lei”. Porém, Galião não viu crime nenhum na ação de Paulo e o deixou livre (At 18:15). Paulo partiu de Corinto em companhia de Áquila e Priscila em direção de Éfeso (At 18:18), deixando uma comunidade numerosa e florescente. Era a primeira grande comunidade cristã chamada a viver em um contexto grego-romano, e é fácil imaginar as dificuldades que teve de enfrentar. Após a partida de Paulo, esteve em Corinto um homem chamado Apolo, um judeu de Alexandria convertido ao cristianismo (At 18:24-28). Era um homem brilhante e eloquente, versado nas Escrituras. Suas pregações foram importantes para a Comunidade e muitos passaram a preferi-lo em vez de Paulo. Mas Apolo não apoiava essa atitude e por isso não quis voltar mais a Corinto (1Cor 16:12). Também o apóstolo Pedro visitou a comunidade como afirma Dionísio de Corinto. Tudo isso concorreu para o crescimento e fortalecimento dos cristãos de Corinto.
- Era uma comunidade viva e repleta de carismas. Mas logo apareceram os antigos vícios do paganismo. Consciente desse perigo, Paulo, durante sua permanência em Éfeso, na sua terceira vigem apostólica, escreveu uma carta aos coríntios (1Cor 5:9-13). Essa carta se perdeu, embora alguns autores acreditam que uma parte dela estaria em 2Cor 6:14-7,1. Algum tempo depois, enviou Timóteo à Corinto (1Cor 4:17), este “vos recordará as minhas normas de vida em Cristo Jesus”. Ainda em Éfeso, Paulo recebeu uma delegação da Igreja de Corinto, composta por Fortunato, Acaio e Estefanes que traziam uma carta da própria comunidade pedindo esclarecimentos sobre vários assuntos. Ao mesmo tempo, foi informado pelos da “casa de Cloé” sobre as desordens e divisões que havia na comunidade. Baseado nesses dados, Paulo escreveu a segunda carta aos Coríntios, que hoje é, para nós, a Primeira carta aos Coríntios. Nela comenta sobre os problemas da comunidade e responde à carta recebida.
- Os problemas nela abordados não aparecem na outra carta. Logo depois, Paulo enviou Tito à Corinto para preparar a coleta para Jerusalém já planejada em 1Cor 16:1-4. Porém, com a chegada de novos pregadores, provavelmente judaizantes, a situação tinha mudado na comunidade cristã. A autoridade e a pregação de Paulo eram contestadas. Informado da situação, Paulo resolve ir pessoalmente a Corinto. Em alguns textos das duas cartas aos Coríntios, pode-se descobrir o desenrolar dos fatos:
I. Em 1Cor 16:5-9 o plano de Paulo era permanecer em Éfeso até Pentecostes; depois ir à Macedônia e de lá a Corinto onde passaria o inverno e provavelmente faria a coleta para as Igrejas da Palestina. Com a nova situação, mudam-se os planos;
II. Conforme 2Cor 1:15-16, Paulo prefere ir diretamente de Éfeso a Corinto; de lá visitar a Macedônia; retornar a Corinto onde faria a coleta e partiria para a Palestina;
III. É evidente que Paulo esteve em Corinto, onde foi contestado e ofendido gravemente, provavelmente não pela comunidade, mas pelos judaizantes. Porém, os cristãos pareciam estar do lado dos novos pregadores. Paulo ficou muito pouco tempo em Corinto, e em vez de ir à Macedônia como se propusera (2Cor 1:15-16), retornou imediatamente a Éfeso;
IV. De lá escreveu sua terceira Carta aos Coríntios conhecida como “Carta em lágrimas” (2Cor 2:4). Essa carta também está perdida;
V. Tito retornou a Corinto, talvez levando a “Carta em lágrimas”;
VI. Paulo pretendia permanecer em Éfeso, aguardando a volta de Tito. Porém, a revolta dos ouvires de Éfeso contra Paulo (At 19:23-41), obrigou-o a partir para a Macedônia;
VII. Tito, voltando de Corinto, encontrou Paulo na Macedônia e lhe trouxe boas notícias. A comunidade estava outra vez do lado de Paulo (2Cor 7:6-16). Então, de algum lugar da Macedônia, talvez Filipos, Paulo escreveu sua quarta carta aos coríntios, que é a nossa Segunda carta aos Coríntios;
VIII. Provavelmente o próprio Tito voltou a Corinto levando a carta e preparou a chegada de Paulo. Este chegou à cidade no inverno de 57/58 onde ficou três meses (At 20:6). Ali escreveu a carta aos Romanos.
2.2. Primeira Carta aos Coríntios (54/55 d. C.)
a) Divisão da Carta (GUNDRY 1999, HALE 2001):
A maioria dos biblistas considera que Paulo ordenou a Carta com base nas informações e nas perguntas que vieram de Corinto. Na primeira parte (1:10–6,20) corrige os abusos dos quais foi informado que havia na comunidade; depois (cc. 7–14) dá a sua resposta a alguns pontos que foram pedidos por escrito (7:1; cf. 8:1; 12:1) e por último enfrenta o problema da ressurreição final, coletas e doxologia[11] (cap. 15 e 16). Porém, existem alguns biblistas que pensam que Paulo tenha ordenado a Carta seguindo a retórica grega. Preferimos seguir a primeira hipótese.
b) Estrutura e conteúdo:
Cáp. 1:1-9 SAUDAÇÕES E AGRADECIMENTO
I - 1,10–6,20 ALGUNS COMPORTAMENTOS NEGATIVOS
1) 1,10–4,21: a divisão em partes
a) 1,10-17: introdução
b) 1,18–3,4: a verdadeira sabedoria
c) 3,5–4,21: os pregadores cristãos
2) 5,1–6,20: Três abusos graves
a) 5,1-13: o incestuoso
b) 6,1-12: brigas entre cristãos
c) 6,12-20: a fornicação
II - 7,1–14,40 ORIENTAÇÕES E CONSELHOS
1) 7,1-40 Matrimônio e virgindade
a) 7,1-16: os esposos cristãos
b) 7,17-24: cada um permaneça na sua condição
c) 7,25-40: as virgens, os celibatários e as viúvas
2) 8,1–11,1 As carnes sacrificadas aos ídolos
a) 8,1-13: liberdade cristã e atenção aos irmãos mais pobres
b) 9,1-27: o exemplo de Paulo
c) 10,1-13: os israelitas e a tentação da idolatria
d) 10,14–11,1: orientações práticas
3) 11,2–14,40 As assembléias comunitárias
a) 11,2-16: o véu das mulheres
b) 11,17-34: a Ceia do Senhor
c) 12,1–14,40: os carismas
· 12,1-31: a sua função da Igreja, corpo de Cristo
· 13,1-13: “Hino ao Amor”
· 14,1-40: orientações práticas
III – 15,1-58 A ESPERANÇA CRISTÃ
1) 15,1-34 A ressurreição final
2) 15,35-53 Características do corpo ressuscitado
3) 15,54-58 Hino triunfal
IV - 16,1-24 EPÍLOGO E PÓS-ESCRITO
c) A Mensagem de 1ª Coríntios
Muitos pontos chamam a atenção nesta Carta, que tem uma finalidade ligada à vida prática. Talvez o mais importante seja que a salvação tem uma dimensão comunitária. Paulo enfrenta os problemas, em três dimensões: análise da situação, o confronto com os dados essenciais da fé e enfim propõe as soluções possíveis. A seguir alguns eixos fundamentais para entender a Carta:
- O Deus e Pai de Jesus Cristo: Deus é o Criador de tudo por meio da sua sabedoria (1,21). É Ele que dá vida a tudo e os que creem devem orientar a sua vida segundo seus preceitos. Tudo vem dele e nós devemos viver para Ele (8,6);
- O Cristo da cruz: É parte fundamental do anúncio Paulino. Por força desta morte cruenta, Jesus se torna nossa Páscoa (5,7); o Cordeiro imolado pelos nossos pecados (15,3). Mas seu sentido só se compreende pela sua ressurreição. Por isso “Jesus é o Senhor” (12,3). Dele vem a sabedoria (2,10-16);
- O Espírito Santo: É Ele que guia a comunidade mediante o dom dos carismas (12,7-11) e Deus Pai continua sua obra através da ação do Espírito para a salvação de toda a humanidade.
- A comunidade dos santos: a comunidade cristã é o povo de Deus, daqueles que são santificados em Cristo Jesus (1,2). A Igreja é o templo de Deus (3,9), e sua característica é a unidade, mesmos com funções diversas dos seus membros, mas que não pode dilacerar o corpo de Cristo (1,13). Nela se entra pelo batismo (1,13-15; 10,2; 12,13) e este corpo se torna visível na Ceia do Senhor, onde deve haver solidariedade (11,23-29), porém se necessário deve excluir aqueles que são causa da sua destruição (5,11), porém esta é uma função medicinal (5,5);
- A moral paulina: O Apóstolo exige dos membros da Igreja um elevado comportamento moral e ético, sobretudo na questão sexual, onde se deve viver o amor recíproco entre homem e mulher (6,16), este deve ser vivido no âmbito da família (7,3-6). A consciência determina as linhas práticas do comportamento baseadas na fé cristã. Não se devem escandalizar os estrangeiros. E a vida deve ser vivida na espera escatológica. Portanto, o amor deve guiar as relações entre os membros da comunidade.
- Abaixo um pequeno quadro cronológico das cartas aos Coríntios:
Ano de composição Autor Classificação
1ª Coríntios | 54/55 d.C., em Éfeso (HALE, 2001). | Paulo | Cartas Maiores é uma carta pastoral. |
2ª Coríntios | 55-56 d.C., na Macedônia (HALE, 2001). | Paulo | Cartas Maiores é uma carta de reconciliação. |
2.3. A segunda Carta de Paulo aos Coríntios (55/56 d.C.)
Segundo Hale (2001), Paulo escreve esta Carta provavelmente depois de ter abandonado Éfeso e quando se encontrava na Macedônia (2Co 2:13; 7,5), no fim do ano 56. Não é fácil reconstituir os acontecimentos que se passaram depois da 1.ª Carta, mas, quando o Apóstolo se decide a escrever esta, faz reconfortado com as boas notícias que Tito lhe trouxera de Corinto (2Co 7:13).
a) Autenticidade e unidade da carta (GUNDRY 1999, HALE 2001)
A autenticidade paulina desta Carta é hoje comumente aceite, mas a sua unidade é objeto de muitas discussões (HALE, 2001). Se for inegável a unidade temática em volta do apostolado cristão, são evidentes também: as grandes diferenças entre a primeira parte, de tom afável, e a terceira, de tom severo que vai até a ameaça; a inserção violenta do trecho 6,14-7,1 na exortação iniciada em 6,11-13 e continuada em 7,2; o aspecto de duplicado do cap. 9 em relação ao cap. 8. Uns defendem a unidade literária, bem apoiada pela tradição manuscrita, recorrendo à psicologia do Apóstolo ou a uma lógica do discurso diferente da nossa, para explicar as incongruências; outros veem aqui uma compilação de cartas: o trecho 6,14-7,1 poderia corresponder à Carta pré-canônica (1 Cor 5,8-13), o cap. 9 seria um duplicado dirigido a um auditório mais vasto todas as igrejas da Acaia e os cap. 10-13 seriam a Carta escrita ‘entre muitas lágrimas’ (2,4; 7,8). Mas as razões contra a unidade não são mais convincentes do que a hipótese contrária.
b) Divisão e conteúdo
Sem obedecer propriamente a um plano, esta Carta divide-se em três partes claramente distintas:
- Prólogo, que tem uma saudação e uma bênção (1,1-11).
I. Paulo faz a apologia do seu comportamento em relação aos coríntios (1,12-7,16). Começando por se defender das acusações de inconstância e de leviandade que lhe fazem (1,12-2,17), sublinha, depois, a grandeza do ministério apostólico (3,1-6,10) e termina com um apelo à confiança afetuosa dos seus destinatários (6,11-7,16);
II. Paulo dá instruções relativamente à coleta em favor da igreja de Jerusalém (8,1-9,15);
III. Defesa de Paulo: ele faz novamente a sua apologia, em tom polêmico e cáustico, defendendo a autenticidade do seu ministério contra uma minoria de agitadores que trabalham no seio da comunidade (10,1-13,13).
c) A teologia da Carta (RYRIE, 2007)
Escrita num estilo apaixonado e vibrante, onde abundam as antíteses e frases cheias de ritmo e de sentido que se tornaram célebres, esta bem pode ser considerada a Carta magna do apostolado cristão, que nos informa sobre aspectos relevantes da missão de Paulo e, sobretudo nos revela a sua alma, no que ela tem de mais humano e sobrenatural. Não tendo o valor doutrinal da 1.ª Carta, dá-nos, contudo, preciosos ensinamentos sobre as relações entre os dois Testamentos (3-4), a Santíssima Trindade (1,21-22; 3,3; 13,13), a ação de Cristo e do Espírito Santo (3,17-18; 5,5. 14-20; 8,9; 12,9; 13,13), e a escatologia individual (5,1-10).
d) Esboço da Carta (Fonte: Bíblia Plenitude)
I. Saudação 1.1-2
II. Explicação do Ministério de Paulo 1.3-7.16
II. Explicação do Ministério de Paulo 1.3-7.16
· Consolação e sofrimento 1.3-11
Mudanças de Planos 1.12-2.4
Perdoando o ofensor 2.5-11
Perturbação em Trôade 2.12-13
Natureza do ministério cristão 2.14-7.4
Deleitando-se com o relatório de Corinto 7.5-16
Mudanças de Planos 1.12-2.4
Perdoando o ofensor 2.5-11
Perturbação em Trôade 2.12-13
Natureza do ministério cristão 2.14-7.4
Deleitando-se com o relatório de Corinto 7.5-16
III. Generosidade ao dar 8.1-9.15
· Macedônios e Jesus como exemplos 8.1-9
Cumprindo as boas intenções 8.10-12
Compartilhando recursos 8.13-15
Uma delegação honrada 8.16-24
Preparação conveniente do dom 9.1-5
Bênção de dar 9.6-16
Cumprindo as boas intenções 8.10-12
Compartilhando recursos 8.13-15
Uma delegação honrada 8.16-24
Preparação conveniente do dom 9.1-5
Bênção de dar 9.6-16
IV. Defesa e uso da autoridade apostólica 10.1-13.10
· Repreensão por avaliação superficial 10.1-11
Repreensão por comparações tolas 10.12-18
Zelo de Deus pela Igreja 11.1-4
Comparação com falsos apóstolos 11.5-15
Tolerância mal orientada dos coríntios 11.16-21
Jactância relutante de Paulo 11.22-12.13
Anúncio da terceira visita 12.14-13.10
Repreensão por comparações tolas 10.12-18
Zelo de Deus pela Igreja 11.1-4
Comparação com falsos apóstolos 11.5-15
Tolerância mal orientada dos coríntios 11.16-21
Jactância relutante de Paulo 11.22-12.13
Anúncio da terceira visita 12.14-13.10
V. Saudações finais 13.11-14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERNADES, Francisco. Dicionário Brasileiro Globo, 51 ed. São Paulo, SP; Globo 1999.
GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo Testamento. São Paulo, SP; Edições Vida Nova, 1999.
HALE, Broadus David. Introdução ao estudo do Novo Testamento. São Paulo, SP; Hagnos, 2001.
NUNES, Flávio. Epistolas Paulinas. Instituto Teológico Gamaliel, Recife, PE; 1999.
PLENITUDE, Bíblia de Estudo, Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001.
RYRIE, Charles C., A Bíblia Anotada: edição expandida. Ed. Revista e expandida, São Paulo – SP: Mundo Cristão; Barueri, SP; Sociedade Bíblica do Brasil, 2007.
WIKIPEDIA, a enciclopédia livre. A Doxologia: disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Doxologia; acesso em 07/04/2011.
_________ a enciclopédia livre. Fariseus: disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fariseus; acesso em 08/04/2011.
_________ a enciclopédia livre. Diaspora: disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1spora_judaica: acesso em 13/04/2011.
_________ a enciclopédia livre. Pentecostes: disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pentecostes: acesso em 13/04/2011.
PROFESSOR, ESPECIALISTA NILTON CARVALHO
Prova de Romanos e I e II Coríntios
Aluno (a):____________________________________________________Nota:_____
ATENÇÃO: As questões “um e dois” foram elaboradas em forma de múltipla escolha, porém, apenas uma resposta para cada questão é CORRETA, por isso marque (X).
BOA PROVA E QUE DEUS TE ABENÇOE!
QUESTÃO 01. Segundo Hale (2001) a Carta de Paulo aos romanos é chamada de:
(A) A carta dos tormentos de Paulo.
(B) A Epístola das loucuras de Paulo.
(C) A “constituição da fé cristã”.
(D) A Epístola das Lágrimas de Paulo.
QUESTÃO 02. Conforme Hale (2001) a igreja em Roma não foi fundada por um apóstolo, mas era do tipo judaico, por isso, Ambrosiaster afirma que:
(A) Pedro é o fundador da igreja em Roma.
(B) Judeus devotos de Roma foram à festa da Páscoa e Pentecostes em Jerusalém e voltaram convertidos para Roma iniciando outras pessoas à nova fé.
(C) Crentes vindos da Índia formaram a igreja em Roma.
(D) Os fariseus e escribas de Israel evangelizaram Roma.
QUESTÃO 03: Segundo Hale (2001) sobre a justiça de Deus em Romanos, por que Deus não poderia salvar a humanidade sem que Cristo morresse? Por que ele simplesmente não decretou o perdão dos pecadores pela autoridade da sua palavra?
QUESTÃO 04: Segundo Hale (2001) Pulo teve vários motivos para escrever a carta que conhecemos como 1ª Coríntios. Enumere pelo menos três destes motivos.
QUESTÃO 05: Explique o que é o princípio da liberdade cristã.
QUESTÃO 06: Segundo Hale (2001) a carta de 2ª Coríntios tem três divisões lógicas. Quais são?
[1] A palavra eclesiologia vem do grego eclesia (Εκκλεςια: igreja) e logia (Λογια: estudo), sendo assim eclesiologia o estudo da Igreja. Entende-se por igreja a totalidade dos salvos em Cristo, dos que estão compromissados com a obra do Senhor, dos separados (santos) pela aceitação de Jesus como Senhor e Salvador. A igreja é aqui na terra o corpo místico de Cristo. Nesta acepção, é chamada igreja invisível, a que tem vida interior e espiritual. Cristo é a cabeça desse corpo (fonte: http://www.renovado.kit.net/eclesiologia.htm; acesso em 11/04/2011).
[2] Antítese: é uma das mais conhecidas e usadas figuras de linguagem da língua portuguesa. Ela consiste na aproximação de palavras que expressam ideias contrárias ou que consiste na exposição de ideias opostas. Ex.: Não existiria som se não fosse o silêncio. Não existiria luz se não fosse à escuridão (fonte: http://www.oragoo.net/o-que-e-uma-antitese/ acesso em 07/04/2011).
[3] Diáspora judaica: (no hebraico: Dî´asphorah ou tefutzah, "dispersado", “espalhado” ou גלות: galut "exílio") refere-se a diversas expulsões forçadas dos judeus pelo mundo e da consequente formação das comunidades judaicas fora do que hoje é conhecido como Israel partes do Líbano e Jordânia, por mais de dois mil anos o povo judeu foi involuntariamente espalhado pela terra (fonte com adaptações: http://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1spora_judaica; acesso em 13/04/2011).
[4] Helenística de helenismo é um termo que designa tradicionalmente o período histórico e cultural durante o qual a civilização grega se difundiu no mundo mediterrânico, euro-asiático e no Oriente, fundindo-se com a cultura local. Da união da cultura grega com as culturas da Ásia Menor, Eurásia, Ásia central, Síria, África do Norte, Fenícia, Mesopotâmia, Índia e Irã, nasceram às civilizações helenísticas, que obtiveram grande destaque em nível artístico, filosófico, religioso, econômico e científico. O helenismo se difundiu do Atlântico até o rio Indo, era o modo de viver como os gregos e falar grego (disponível em: http://www.suapesquisa.com/grecia/helenismo.htm; acesso em 13/04/2011).
[5] Páscoa: sua origem mais remota é entre os hebreus, onde aparece o termo Pessach (heb. חפס), cujo significado é passagem. Entre os judeus, esta data assume um significado muito importante, pois marca o êxodo (saída) deste povo do Egito, por volta de 1250 a.C, onde foram aprisionados pelos faraós durantes vários anos (cerca de 430 anos). Esta história encontra-se no Antigo Testamento da Bíblia, no livro do Êxodo (fote: http://www.suapesquisa.com/grecia/helenismo.htm; acesso em 13/04/2011).
[6] Pentecostes: (em grego antigo πεντηκοστή [ἡμέρα], pentekostē [hēmera], "o quinquagésimo [dia]") é uma das celebrações importantes do calendário judaico-cristão, que comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo. O Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa. O dia de Pentecostes ocorre no décimo dia depois do dia da Ascensão. Pentecostes é histórica e simbolicamente ligado ao festival judaico da colheita, que comemora a entrega dos Dez mandamentos no Monte Sinai cinquenta dias depois do Êxodo. Para os cristãos, o Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, através do Dom de línguas, como descrito no Novo Testamento (At. 2) durante aquela celebração judaica do quinquagésimo dia em Jerusalém. Por esta razão o dia de Pentecostes é às vezes considerado o dia do nascimento da igreja. O movimento pentecostal tem seu nome derivado desse evento (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pentecostes; aceso em 13/04/2011).
[7] Amanuense era todo aquele que copiava textos ou documentos à mão. A palavra amanuense provém do latim amanuense: Escrevente e copista são sinônimos de amanuense (FERNADES, 1999).
[9] Santo Agostinho: Aurélio Agostinho de Hipona foi um importante bispo cristão e teólogo. Nasceu na região norte da África em 354 e morreu em 430. Era filho de mãe que seguia o cristianismo, porém seu pai era pagão. Logo, em sua formação, teve importante influência do maniqueísmo (sistema religioso que une elementos cristãos e pagãos). Santo Agostinho ensinou retórica nas cidades italianas de Roma e Milão. Nesta última cidade teve contato com o neoplatonismo cristão. Viveu num monastério por um tempo. Em 395, passou a ser bispo, atuando em Hipona. Escreveu diversos sermões importantes. Em “A Cidade de Deus”, Santo Agostinho combate às heresias e a paganismo. Na obra “Confissões” fez uma descrição de sua vida antes da conversão ao cristianismo. Analisava a vida levando em consideração a psicologia e o conhecimento da natureza. Porém, o conhecimento e as idéias eram de origem divina. Para o bispo, nada era mais importante do que a fé em Jesus e em Deus. A Bíblia, por exemplo, deveria ser analisada, levando-se em conta os conhecimentos naturais de cada época. Defendia também a predestinação, conceito teológico que afirma que a vida de todas as pessoas é traçada anteriormente por Deus (Fonte: http://www.suapesquisa.com/biografias/santo_agostinho.htm; acesso 13/04/2011).
[10] Karl Barth foi um dos maiores pensadores protestantes do século XX. Karl Barth nasceu em Basel, Suíça, no dia 10 de maio de 1886. Barth foi um teólogo de confissão calvinista. Filho de pais religiosos foi educado em meio a pastores conservadores. Suas influências acadêmicas foram Kant, Hegel, Kierkegaard e teólogos como Calvino, Baur, Harnack e Hermann (fonte: http://teologia-contemporanea.blogspot.com/2008/02/karl-barth-1886-1969.html; acesso em 13/04/2011).
[11] Doxologia (Do gr. Δοχολογια: glorificação) foi uma fórmula de louvor e glorificação frequente no AT, aplicada a heróis e heroínas (p.ex. Davi) e principalmente a Deus. No NT, embora apareça referida a pessoas humanas (especialmente a Maria e Isabel), dirige-se habitualmente a Deus. Na tradição da Igreja, foram-se fixando desde os primeiros séculos várias fórmulas de doxologia, para uso litúrgico e da devoção popular, de que a mais divulgada é “Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo…” muito usada por Paulo. Entre os hinos, tem especial importância o “Glória a Deus nas alturas...” Merece também referência a série de aclamações que começa com “Bendito seja Deus...”(fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Doxologia com adaptações; acesso em 07/04/2011).
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